ATA DA NONAGÉSIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 19.11.1993.
Aos dezenove
dias do mês de novembro do ano de mil novecentos e noventa e três reuniu-se, na
Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre,
em sua Nonagésima Nona Sessão Ordinária da Primeira Sessão Legislativa
Ordinária da Décima Primeira Legislatura. Às nove horas foi realizada a chamada,
sendo respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur
Zanella, Clênia Maranhão, Clóvis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado,
Divo do Canto, Eliseu Santos, Eloi Guimarães, Fernando Zachia, Geraldo de Matos
Filho, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac
Ainhorn, Jair Soares, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José
Gomes, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário Fraga,
Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Pedro Américo Leal, Letícia Arruda e Wilton
Araújo. Constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos e determinou que fossem distribuídas em avulsos cópias das
Atas da Nonagésima Oitava Sessão Ordinária e da Oitava e Nona Sessões
Especiais, que foram aprovadas. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 85, 87,
689 e 692/93, do Senhor Prefeito Municipal; Telegramas: dos Senadores Mauro
Benevides e Epitácio Cafeteira, do Deputado Nelson Jobim, dos Senhores Ibanes
Cezar Cassel, Secretário de Estado do Planejamento e da Administração (interino),
Flávio Obino, Presidente do Banco do Estado do Rio Grande do Sul, Jorge Gobbi,
Diretor Regional da Empresa de Correios e Telégrafos no Rio Grande do Sul, e
Péricles Druck, Presidente do Grupo Habitasul. À MESA foram encaminhados: pelo
Vereador Antonio Hohlfeldt, 01 Pedido de Informações nº 177/93 (Processo nº
2820/93); pela Vereadora Clênia Maranhão, 01 Pedido de Providências; pelo
Vereador Décio Schauren, 01 Projeto de Lei do Legislativo nº 144/93 (Processo
nº 2795/93); pelo Vereador Dilamar Machado, 01 Pedido de Informações nº 178/93
(Processo nº 2822/93); pelo Vereador Fernando Zachia, 05 Pedidos de
Providências; pelo Vereador Henrique Fontana, 01 Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 041/93 (Processo nº 2793/93); pelo Vereador Jair Soares, 01
Emenda nº 22 ao Projeto de Lei do
Executivo nº 72/93 (Processo nº 2502/93) e 01 Pedido de Informações nº 179/93
(Processo nº 2825/93); pelo Vereador Jocelin Azambuja, 03 Emendas ao Projeto de
Lei do Legislativo nº 130/93 (Processo nº 2586/93); pela Vereadora Maria do
Rosário, 02 Pedidos de Providências; pelo Vereador Milton Zuanazzi, 01 Pedido
de Providências; e pelo Vereador Nereu D’Ávila, 01 Pedido de Providências e 01
Projeto de Lei do Legislativo nº 139/93 (Processo nº 2697/93). A seguir, o Vereador
Isaac Ainhorn solicitou que a Auditoria da Casa se manifeste se é possível que
seja votado o orçamento sem que as leis tributárias tenham sido examinadas
antes. Após, o Senhor Presidente registrou as presenças, na Mesa dos trabalhos,
dos Senhores Giovani Gregol e José Luiz Vianna Moraes, conforme Requerimentos
nºs 249, 281, 165 e 188 dos Vereadores Nereu D’Ávila, Wilton Araújo e Maria do
Rosário, concedendo a palavra a Suas Senhorias. O Senhor Giovani Gregol, Secretário Municipal do Meio Ambiente, que
discorreu acerca da situação dos “traillers” localizados nos logradouros
públicos de Porto Alegre, afirmando
não serem as questões mais graves enfrentadas na Cidade. Disse que para a SMAM,
os problemas ambientais como destinação do lixo e poluição sonora são mais
urgentes. Teceu comentários sobre as praças e parques urbanizados no Município,
alertando para o fato de que são bens inalienáveis, não podendo ser vendidos,
alugados ou permutados. Afirmou ser uma situação “preocupante” a dos
“traillers”, dizendo que não serão usados recursos drásticos para resolver esse
problema. O Senhor José Luiz Vianna
Moraes, Secretário Municipal da Produção, Indústria e Comércio, referiu-se
sobre as questões dos requerimentos dos Vereadores
Nereu D’Ávila, Wilton Araújo e Maria do Rosário, acerca da lei anti-fumo em
restaurantes, dos “traillers” e da abertura do comércio aos domingos e feriados.
Informou da dificuldade de fazer valer a lei no que diz respeito ao primeiro
item, dizendo ser preciso a conscientização dos fumantes nesses locais. Quanto
aos licenciamentos dos “traillers”, afirmou serem através de licitações.
Finalizou, comentando sobre o funcionamento do comércio aos domingos e
feriados, afirmando que de acordo com a legislação federal é facultativo a
abertura nesses dias, de comum acordo entre o empregador e empregado. Após, os
Senhores Giovani Gregol e José Luiz Vianna Moraes responderam questionamentos
dos Vereadores Nereu D’Ávila, Eliseu Santos, Jocelin Azambuja, Maria do
Rosário, Mário Fraga, Airto
Ferronato, Eloi Guimarães, Geraldo de Matos Filho, Clóvis Ilgenfritz e Luiz
Negrinho. A seguir, o Senhor Presidente agradeceu as presenças dos Secretários
acima nominados. Em PAUTA - Discussão Preliminar, estiveram, em 1ª Sessão, os
Projetos de Lei do Legislativo nºs 133, 137 e 140/93; e, em 3ª Sessão, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 126/92 e o Substitutivo nº 02 ao Projeto de
Lei Complementar do Legislativo nº 26/90. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
João Dib falou sobre convênio firmado pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre
com a Fundação Universidade-Empresa de Tecnologia e Ciência, FUNDATEC, e o
Laboratório de Ensaios e Modelos Estruturais, LEME, para realização de
vistorias em viadutos e pontes de Porto alegre, dizendo que tal vistoria
poderia ser realizada por funcionários do próprio Executivo Municipal e
traçando paralelo com os valores ali gastos e aqueles pagos pela Prefeitura de
São Paulo em vistoria realizada em viadutos e pontes dessa Capital. Nesse
sentido, informou que encaminhará Requerimento solicitando a constituição de
Comissão Parlamentar de Inquérito para a apuração de novos fatos surgidos com
relação ao convênio acima mencionado. O Vereador Guilherme Barbosa reportou-se
ao pronunciamentos do Vereador João Dib, acerca de convênio efetuado pelo
Executivo Municipal para vistoria em pontes e viadutos da Cidade, declarando
não ter ocorrido qualquer superfaturamento neste convênio. Ainda, destacou
que, em Comissão Parlamentar de Inquérito realizada na Casa acerca do assunto,
não foram escondidas informações por funcionários municipais, não percebendo
justificativa para a abertura de uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito
quanto à questão. A seguir, constatada a existência de “quorum”, foi iniciada a
ORDEM DO DIA. Após, foi apregoado Requerimento do Vereador João Dib,
solicitando a constituição de nova Comissão Parlamentar de Inquérito, com o
prazo inicial de trinta dias, para apuração de fatos relativos a convênio firmado entre o Município de Porto
Alegre e a FUNDATEC. Na ocasião, foi aprovado Requerimento do Vereador João
Motta, solicitando que seja ouvida a Comissão de Constituição e Justiça sobre a
pertinência regimental do Requerimento do Vereador João Dib, acima referido,
tendo em vista que o assunto já foi objeto de estudo pela Comissão de
Urbanização e Transportes e de uma Comissão Parlamentar de Inquérito concluída
recentemente, Requerimento este aprovado por vinte e três Votos SIM contra
quatro Votos NÃO e duas ABSTENÇÕES,
tendo votado Sim os Vereadores Airto
Ferronato, Clênia Maranhão, Clóvis Ilgenfritz, Décio Schauren, Eliseu Santos,
Eloi Guimarães, Geraldo de Matos Filho, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá,
Henrique Fontana, Jair Soares, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José
Gomes, Luiz Braz, Maria do Rosário, Pedro Américo Leal, Gerson Almeida,
Dilamar Machado, Milton Zuanazzi, Luiz Negrinho e Lauro Hagemann, votado Não os
Vereadores João Dib, Mário Fraga, Artur Zanella e Letícia Arruda e optado pela
Abstenção os Vereadores Isaac Ainhorn e Nereu D’Ávila. Este Requerimento, do
Vereador João Motta, foi encaminhado à votação pelos Vereadores João Dib,
Milton Zuanazzi, João Motta e Airto Ferronato e foi submetido à votação nominal
por solicitação do Vereador Wilton Araújo. A seguir, foi aprovado Requerimento
verbal do Vereador Airto Ferronato, solicitando alteração na ordem de votação
dos processos constantes da Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação foi
aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 69/92. A seguir, foram apregoadas as
Emendas apostas ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 26/93, de nºs
02 e 03, de autoria do Vereador Clóvis Ilgenfritz, e 04, de autoria do Vereador
Isaac Ainhorn. Ainda, foi aprovado Requerimento do Vereador João Verle,
solicitando que as Emendas de nºs 02 a 04, apostas ao Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 26/93 sejam dispensadas do envio à apreciação
das Comissões. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 26/93, com ressalva das Emendas a ele apostas,
por vinte e cinco Votos SIM, tendo votado os Vereadores Airto Ferronato, Clênia
Maranhão, Clóvis Ilgenfritz, Fernando Zachia, Geraldo de Matos Filho, Guilherme
Barbosa, Helena Bonumá, Jair Soares, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin
Azambuja, José Gomes, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do
Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Pedro Américo Leal,
Wilton Araújo, Letícia Arruda, Gerson Almeida e Dilamar Machado. Ainda, com
relação a este Projeto, foram aprovadas as Emendas de nºs 01, 02 e 03, tendo
sido considerada prejudicada a Emenda nº 04, face à aprovação da Emenda n° 02,
e tendo sido, a Emenda nº 02, aprovada por vinte e três Votos SIM contra quatro
Votos NÃO, tendo votado Sim os Vereadores Airto Ferronato, Clênia Maranhão,
Dilamar Machado, Eloi Guimarães, Geraldo de Matos Filho, Guilherme Barbosa,
Helena Bonumá, Jair Soares, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José
Gomes, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu
D’Ávila, Pedro Américo Leal, Letícia Arruda, Gerson Almeida, Décio Schauren,
João Dib e Clóvis Ilgenfritz, e tendo votado Não os Vereadores Artur Zanella,
Fernando Zachia, Lauro Hagemann e Wilton Araújo. O Projeto de Lei Complementar
do Legislativo nº 26/93 e as Emendas a ele apostas foram discutidos pelos
Vereadores Isaac Ainhorn, Artur Zanella, Milton Zuanazzi e Clóvis Ilgenfritz,
tendo sido, o Projeto e a Emenda nº 02, submetidos à votação nominal por
solicitação do Vereador Wilton Araújo e tendo o Vereador Artur Zanella
solicitado que constasse em Ata sua posição contrária à Emenda nº 03. Em
Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº
121/93. A seguir, foram apregoadas as seguintes Emendas, apostas ao Projeto de
Lei do Executivo nº 72/93: de nºs 23 a 26, de autoria do Vereador João Verle,
de nº 27, de autoria do Vereador Wilton Araújo, de nº 28, de autoria do
Vereador Guilherme Barbosa. Em prosseguimento, foi aprovado Requerimento do
Vereador Artur Zanella, solicitando que os Projetos de Lei do Executivo nºs 72,
74, 75, 76 e 77/93 tenham adiadas suas discussões por uma Sessão, após ter sido
encaminhado à votação pelos Vereadores Artur Zanella e Airto Ferronato. Ainda,
foram aprovados os seguintes Requerimentos, solicitando que os Projetos em questão
sejam dispensados da votação de suas Redações Finais: do Vereador João Verle,
com relação ao Projeto de Lei do Executivo nº 69/92, do Vereador Jocelin
Azambuja, com relação ao Projeto de Lei do Legislativo nº 121/93, do Vereador
Milton Zuanazzi, com relação ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº
26/93. Em Renovação de Votação, foi rejeitado Requerimento do Vereador Lauro
Hagemann, solicitando que o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 28/90 seja considerado em regime de
urgência e submetido à reunião conjunta das Comissões de Constituição e
Justiça, de Finanças e Orçamento e de Urbanização, Transportes e Habitação.
Ainda, foi deferido pelo Senhor Presidente, Requerimento do Vereador Eliseu
Santos, solicitando que o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 13/93 seja
incluído na Ordem do Dia por força do artigo 81 da Lei Orgânica Municipal. Às
doze horas e cinqüenta e três minutos, constatada a inexistência de “quorum”, o
Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores
para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os
trabalhos foram presididos pelos Vereadores Wilton Araújo e Luiz Braz e
secretariados pelos Vereadores Airto Ferronato, Helena Bonumá e João Verle, os
dois últimos como Secretários “ad hoc”. Do
que eu, Airto Ferronato, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata
que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo
Senhor Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Wilton Araújo): Havendo número regimental, declaro abertos os
trabalhos da presente Sessão.
O SR. ISAAC
AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, recebemos em nossos gabinetes,
está incluído na Ordem do Dia de hoje, a votação do orçamento da Centralizada.
O questionamento que faço e que foi objeto de um questionamento no ano passado
e foi dada procedência pela Auditoria, razão pela qual gostaria que a Auditoria
se manifeste, se é possível votarmos o orçamento que é baseado, inclusive, em
alteração de leis tributárias, sem que tenhamos examinado antes as leis
tributárias? Senão seria pressuposto necessário? Razão pela qual requeiro que
seja ouvida a Auditoria da Casa o mais rápido possível, evidentemente, para que
fosse dirimida essa dúvida. Ao que me consta, no ano passado, foi suspenso o
exame do orçamento até que tivessem sido votadas as leis tributárias e como há
leis tributárias com reflexo no orçamento, é o questionamento que faço.
O SR.
PRESIDENTE: Vamos procurar a assessoria da Auditoria, imediatamente, e
depois vamos responder a V. Exª, Ver. Artur Zanella.
O SR. ARTUR
ZANELLA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, não tem nada que ver com esse
pedido do Ver. Isaac Ainhorn, mas, também quem sabe tem alguma conotação.
Queria dizer, Sr. Presidente, que como Presidente da Comissão de Finanças vou
pedir o adiamento da votação dos orçamentos, hoje, tendo em vista que o
primeiro parecer é um parecer técnico, mas, agora, estamos ajustando algumas
coisas, então, estou pedindo à Diretoria Legislativa que me oriente sobre esse
aspecto do pedido de adiantamento da votação dos orçamentos no dia de hoje.
O SR.
PRESIDENTE: Hoje, por força dos Requerimentos do Ver. Nereu D'Ávila, da
Verª Maria do Rosário e do Ver. Wilton Araújo, comparecem, no início da Sessão
Plenária, o Exmo Sr. Secretário Municipal do Meio Ambiente, que
convido a participar da Mesa, que irá tratar sobre informações sobre a questão
dos trailers localizados nos logradouros públicos, e o Ilmo
Sr. Secretário Municipal da Produção, Indústria e Comércio, Bel. José Luiz
Vianna Moraes, a tratar sobre vários assuntos atinentes a Requerimentos dos
Srs. Vereadores, o qual eu convido para participar da Mesa.
Registramos a presença do Sr. Secretário da Fazenda
do Município, Dr. Arno Augustin, e do Sr. Diretor-Geral do DMAE, Engº Dieter
Wartchow.
Cada Secretário terá 10 minutos. Eles discorrerão
sobre os Requerimentos que os Srs. Vereadores, com a aprovação do Plenário,
pediram o seu comparecimento.
Com a palavra, o Sr. Secretário Municipal do Meio
Ambiente, Ver. Giovani Gregol.
O SR.
GIOVANI GREGOL: Bom dia a todos, Srs. Vereadores, Lideranças, srs. cidadãos
que aqui estão, autoridades, srs. funcionários da Casa, sempre é uma satisfação
retornar aqui e encontrar antigos amigos e ser tão bem recebido por esta Casa
que é a síntese democrática da cidade de Porto Alegre, pois aqui estão
representadas todas as forças partidárias. Recebemos o convite desta Casa,
encabeçado pelo Ver. Nereu D'Ávila, para que a nossa Secretaria, como parte do
Governo Municipal, viesse aqui esclarecer a questão dos trailers localizados
nas áreas públicas, especialmente aqueles situados nas áreas de lazer e
preservação como praças e parques. Do ponto de vista da SMAM é um problema
importante, mas não diria que é a questão mais grave de que estamos tratando
dentro do Município de Porto Alegre, que tem problemas ambientais muito mais
graves do que esse, como a questão da destinação do lixo, da poluição sonora. E
hoje tramitam na nossa Secretaria em torno de mil processos referentes apenas à
poluição sonora. Mas, sem dúvida, essa questão da ocupação ilegal, irregular ou
semi-irregular de logradouros públicos por equipamentos desse tipo tem-nos
preocupado todas as semanas, todos os meses, o que gera um problema social de
parte a parte. Em primeiro lugar, a população tem direito a áreas de lazer e
preservação que estejam efetivadas, urbanizadas. A cidade de Porto Alegre tem
como patrimônio, através do Poder Público Municipal, ou seja, através da
Prefeitura, hoje, em torno de 350 praças já efetivadas, que é um número
bastante razoável para uma cidade como Porto Alegre; 36 estão em obras. Até
abril do ano que vem vamos entregar 36 novas praças urbanizadas à população de
Porto Alegre, mas ainda temos, no mínimo, 50 logradouros públicos, 50 espaços
públicos, reservados no Plano Diretor para serem praças e que não foi possível
ainda efetivar por uma série de razões. Inclusive esse levantamento é difícil
de fazer. É bem provável que esse número que citei como mínimo seja superior,
bastante superior a 50, sem contar os nossos 9 parques, o dono deles ainda está
com as obras parcialmente efetivadas, que é o Parque da Restinga Nova e outros
que estamos planejando fazer sem ainda definição oficial.
De formas que é uma responsabilidade muito grande.
Se somarmos isso tudo em áreas veremos que é um grande latifúndio que a
Secretaria Municipal do Meio Ambiente administra, tem responsabilidade de
administrar e de manter e geralmente de construir na cidade de Porto Alegre com
o agravante de que não é uma área contínua. Claro que isso torna a manutenção,
em especial dessas 350 praças, bastante dificultosa e bastante custosa.
Com o passar dos anos, devido a uma série de
problemas e inclusive devido a uma falta de postura, uma falta de maior cuidado
com essas áreas por parte do Poder Público em primeiro lugar, mas também por
parte das comunidades mais ou menos organizadas que não viam a importância de
manter, de garantir essas áreas públicas de lazer e preservação a efetivar.
Houve todo o tipo e ainda há uma pressão muito forte para ocupação irregular de
todo o tipo de atividade. Principalmente, é óbvio, atividades que geram lucros;
atividades econômicas e em especial comerciais e também de outras naturezas.
O Secretário, nosso Companheiro José Carlos Moraes,
sob o ponto de vista mais comercial, sob o ponto de vista da atividade
econômica ele deverá se manifestar em seguida. De forma que não vou entrar em
detalhes até porque não é do meu domínio, não é da minha especialidade esta
questão. Mas queremos dizer qual é a orientação da Secretaria Municipal de Meio
Ambiente. A nossa orientação não poderia deixar de ser aquela que nos obriga e
que nos manda a Lei. Isto em primeiríssimo lugar. A Lei diz que essas áreas de
lazer e preservação - inclusive a Lei Orgânica Municipal diz isso - são bens
inalienáveis do povo de Porto Alegre. Elas inclusive não podem ser vendidas,
não podem ser alugadas, não podem ser permutadas e etc. De forma que pesa do
ponto de vista da legislação, não só da legislação municipal, mas da estadual e
federal, em todos os níveis, um gravame bastante forte, bastante pronunciado
sobre essas áreas, independente da nossa vontade. É claro que consideramos
adequada esta ênfase, inclusive defendemos e votamos na Lei Orgânica Municipal
- nós, os partidos que dão apoio à Administração Municipal, à Administração
Popular, primeiramente aquele do qual participo. Temos agido como? Pela forte
pressão e os problemas deste tipo que surgem a cada momento, nós temos sido até
agora, por uma série de motivos, obrigados a atuar caso a caso. Nós fizemos
levantamento mas esses levantamentos são rapidamente modificados porque esta
realidade é muito dinâmica e procuramos, sempre, por iniciativa própria ou
incitados pela comunidade, o que é muito comum, as comunidades que nos
procuram, principalmente em torno dessas praças, desses logradouros, desses
jardins, no sentido de averiguar se aquele trailer está regularizado ou
não está. E, geralmente, ele não está, geralmente ele não tem nenhum tipo de
regularização ou se tem é por tempo limitado ou de caráter semi-regular. A
nossa atitude é, naturalmente, cumprir a lei, encaminhar a retirada dessa
atividade, mas sempre com bom senso. Quero enfatizar ao Senhores Vereadores
que, aliás como age em geral a nossa administração, a não ser que alguma razão
maior de fundo social ou econômica nos leve, sempre com amparo legal, a agir de
outra forma, procuramos agir sempre de forma negocial, dizendo aos
proprietários ou aos usuários desses estabelecimentos que eles estão ilegais,
procurando fazer com que eles entendam isso, dando prazos. Eu acho que nós,
Vereadores, somos excessivamente liberais nesses prazos, às vezes, dando prazos
mais de uma vez, para que esses estabelecimentos se retirem dali, o que, às
vezes, acontece ou não, como os Senhores sabem muito bem, criando uma série de
dificuldades e constrangimentos, nos obrigando a recorrer a formas mais duras
ou mais drásticas de atuação, através de sentença judicial, etc. Muitas vezes,
os proprietários entendem as suas circunstâncias, dizendo das suas dificuldades
financeiras. Há um bom número deles que não têm uma postura negocial, não
compreendem e nem querem compreender, ainda tendo uma postura arrogante,
alegando que teriam direito adquirido. Todos sabem que em área pública não há
usucapião e nenhum direito adquirido alegável dessa natureza. Quero ressaltar
que, em geral, justamente esses são aqueles que não recolhem nenhum tipo de
imposto. O Município de Porto Alegre e o munícipe, portanto, não tem nenhum
retorno com aquele tipo de atividade com a qual lucra, exclusivamente, o
proprietário daquele estabelecimento ou trailer, não paga nenhum tipo de
imposto, no máximo, uma taxa à SMIC, quando é o caso. É uma atividade que não
dá nenhum retorno. Ocupa o próprio municipal, ilegal ou irregularmente,
impedindo ou dificultando o lazer da população, das crianças, idosos, etc., não
dando nenhum tipo de retorno a esta comunidade na qual eles ocupam um espaço
físico geográfico da qual a sua atividade econômica depende na qualidade de
consumidor. De formas que é uma situação bastante grave e preocupante. Com a
crise econômica essas situações tendem a ficar difíceis, a se manterem e até
crescer em número. Nós estamos tentando impedir, pelo menos, o crescimento
acelerado desse tipo de situação, porque senão nós corremos o risco de perder o
controle a curto e médio prazo desse tipo de circunstância.
Para concluir, finalmente, nós não estamos nesse
tipo de situação, nós não perdemos o controle da situação, ela está sob
controle, mas de fato é uma questão que nos preocupa porque encontramos muitas
dificuldades para sanar aquilo que já foi feito e, geralmente, equivocadamente
feito ou permitido no passado. Nós não queremos usar recursos drásticos,
procuramos resolver negocialmente, entendendo as partes a não ser que haja
falta de compreensão ou uma ação judicial ou um pedido do Ministério Público
que nos obrigue a agir de forma mais drástica.
É isso que eu teria a dizer aos Senhores
Vereadores, em primeira mão. A minha assessoria está aí para dar dados mais
específicos sobre o embasamento jurídico, o procedimento jurídico e
administrativo a esse respeito. Esse seria o resumo da nossa posição hoje em
relação a essa questão. Queremos debater com a Casa, com a sociedade e temos
debatido com a comunidade, com os próprios proprietários desses
estabelecimentos um melhor encaminhamento, aceitamos sugestões para esse
problema, que é um problema da Cidade, que é um problema social por excelência.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Com a palavra, o Sr. Secretário Municipal da Produção,
Indústria e Comércio, para que, por 10 minutos, faça a introdução ao assunto
pelo qual foi convidado.
O SR. JOSÉ
LUIZ VIANNA MORAES: Inicialmente, bom dia a todos, em particular, ao Sr.
Presidente desta Casa. Ma realidade, eu estou aqui para responder a três
requerimentos, o próprio assunto dos trailers, que o companheiro Gregol
tratou inicialmente, a questão da Lei Anti-Fumo em restaurantes com mais de 150
metros quadrados, e a questão do comércio aos domingos.
Vou começar complementando as informações que o
companheiro Giovani Gregol deu na questão dos trailers. Existem três
situações em que nós encontramos trailers em Porto Alegre. Aquele trailer
que está em logradouro público, em áreas de uso comum do povo, os que estão em
terrenos particulares e os que estão nos domínios do Município. Existem vários trailers
nessa situação há muitos anos.
Em 1990, através da Instrução nº 08, da Secretaria
da Indústria e Comércio, nós procuramos disciplinar a forma de licenciamento de
trailers abrangendo essas três situações. Por essa Instrução, em
primeiro lugar, fica completamente vetada a possibilidade de licenciamento de trailers
em áreas de uso comum do povo, exceção feita a praças ainda não urbanizadas,
ouvida a SMAM se há pretensão de urbanizar o lugar.
Em relação às áreas de domínio do Município, nessas
áreas é preciso licenciamento quando, através de um processo de licitação que o
MAPA conduz, quem vence a licitação tenha como pretensão instalar, ali, um trailers.
Fora essa licitação, não há licenciamento em áreas de domínio do Município.
Em áreas particulares, o licenciamento ocorre
respeitados os critérios como afastamento dos prédios vizinhos e uma série de
outros critérios para garantir o sossego, que não perturbe o funcionamento do
local onde é licenciado.
O que tem ocorrido é que uma série de trailers
se encontravam nessa situação, porque nós, desde 1990, não licenciamos em áreas
de uso comum do povo, em áreas de domínio do Município, sem licitação prévia.
Nós estamos, ao longo do tempo, nesses últimos
anos, procurando corrigir cada uma dessas situações. Nós damos prazos para que
o proprietário do trailer encontre uma outra situação que possa ser
licenciada, e o que normalmente acontece é que quando chegamos, no momento da
interdição, é concedido um Mandado de Segurança, uma Cautelar, e então vai para
a justiça, como um caso bem concreto que aconteceu em relação a isso, e em
vários outros, tem hoje, inclusive, alguns na justiça, sob Ação Cautelar. Mas
um caso bem concreto que aconteceu, foi na Av. Ipiranga, junto à Vila Planetário,
onde ao procurarmos interditar, foi concedida uma liminar e o mérito dessa
liminar levou mais de ano para ser julgado, nós ganhamos o mérito, e só aí
então os trailers puderam ser retirados, se não me engano foram quase
dois anos até o julgamento do mérito. Então, temos vários trailers nessa
situação, em que foi concedida uma liminar. No julgamento do mérito, até hoje,
nós ganhamos sempre, em todos os casos. Só que isso protela a conclusão da ação
de retirada do trailer porque temos que esperar o julgamento. Em relação
aos trailers é isso que eu teria a colocar, a princípio, não licenciamos
trailers em áreas de uso comum do povo, nem em praças, a não ser aquelas
situações que já existiam em praças não-urbanizadas, que são mantidas até que a
SMAM pretenda urbanizar, como é o caso da Praça do Grêmio Football
Porto-alegrense, atualmente, onde nós, em função do projeto de urbanização,
fizemos a ação para retirar os trailers e no caso daqueles trailers,
estão com liminar na justiça, a ação está suspensa aguardando o julgamento do
mérito. Para concluir o caso dos trailers, não licenciamos em área de
uso comum do povo, a não ser nessa situação que coloquei, e nos casos que já
havíamos encontrado. Só licenciamos em bens próprios, dominiais do Município,
através de processo de licitação, e, em terrenos particulares são atendidas
outras exigências, são licenciados sem problema.
Em relação à Lei Complementar nº 254/91, que
estabelece que os bares, restaurantes, casas noturnas com área superior a 100m²
devam apresentar espaço reservado para fumantes e não-fumantes. Na verdade,
essa lei foi recentemente regulamentada e, mesmo antes da sua regulamentação,
nós devolvemos algumas ações no sentido de sua implementação. A maior
dificuldade que nós encontramos na implementação dessa lei é a baixa
consciência que os cidadãos de Porto Alegre ainda têm em relação a essa questão
do fumo. Isso porque a ação fiscalizatória que a Secretaria desenvolve é
motivada por denúncia em função da grande quantidade de estabelecimentos a serem
fiscalizados, nos mais variados aspectos, e o número relativamente restrito de
fiscais que nós temos. Desde a promulgação dessa lei, nós tivemos apenas uma
caso de denúncia pelo não-cumprimento dessa lei. Independente disso, nós
tomamos uma série de providências. Todo alvará, ao ser emitido, vai junto à
emissão essa observação, quando é o caso, quando é estabelecimento com mais de
100m², que é obrigatório o cumprimento da lei nº 254, nós enviamos
correspondências às entidades de classe, sindicatos de hotéis, restaurantes
pedindo que divulgassem, para o conjunto de seus filiados, essa lei e na ação
de fiscalização da Secretaria quando nós vamos, por qualquer razão, a um
estabelecimento também verificamos o cumprimento ou não dessa lei. Eu diria
que, fundamentalmente, temos alguns restaurantes em Porto Alegre cumprindo essa
lei, poucos, temos alguns em ação fiscal porque não estão cumprindo essa lei. O
que nos parece é que deveríamos trabalhar, junto à opinião pública, uma maior
consciência a respeito, não só da existência dessa lei, mas também do que ela
representa para que a população possa começar a denunciar e auxiliar a
fiscalização da Secretaria para que cheguemos a uma situação em que a
totalidade dos estabelecimentos cumpram esse dispositivo de ter um espaço
reservado para fumantes e outro para não-fumantes.
O último assunto que me traz é o Requerimento da
Verª Maria do Rosário a respeito da questão do funcionamento do comércio aos
domingos em Porto Alegre, eu gostaria de colocar o seguinte: a Legislação
Federal, numa Lei de 1949, proibia, em todo o território nacional, o
funcionamento do comércio aos domingos e feriados. Um Decreto do ex-Presidente
Fernando Collor, de agosto de 1990, altera essa situação, onde, no art. 1º, ele
coloca que “fica facultado o funcionamento, aos domingos, do comércio varejista
em geral, desde que estabelecido em acordo ou convenção coletiva de trabalho e
respeitadas as normas de proteção do trabalho e o art. 30, inciso I, da
Constituição Federal.” O art. 30, inciso I, da Constituição Federal, é o que
trata do poder dos Municípios e, portanto, respeitada a interpretação que se
faz, respeitado o acordo e a convenção coletiva e a Legislação Municipal. A
partir desse Decreto, foi estabelecida uma Lei Municipal, de nº 6.721, de 21/11/1990,
que proibia, em Porto Alegre, o funcionamento do comércio aos domingos e
feriados, além de outras providências. Essa Lei foi revogada pela Lei n° 6.988,
de 03/01/1992, que passou a facultar o funcionamento do comércio aos domingos
no Município de Porto Alegre. A Lei, no seu art. 1º, colocava que os
estabelecimentos comerciais de qualquer natureza, localizados no Município de
Porto Alegre, ficam com o horário de funcionamento livre, inclusive aos
domingos, e num de seus parágrafos, condicionava a existência de acordo ou
convenção coletiva. Durante a vigência dessa Lei, que foi muito curta, porque
ela logo foi contestada na Justiça, a Prefeitura, através da Secretaria de
Indústria e Comércio, fez uma série de modificações, de ações fiscais com um conjunto
significativo de estabelecimentos sendo notificados. Ocorre que foi contestada
na Justiça essa Lei e a Justiça entendeu que a Lei em si era constitucional,
mas o que o parágrafo 2º, do art. 1º, que colocava a questão do acordo da
convenção coletiva, por não ser de competência do Município, seria
inconstitucional. Em função disso, inclusive, o próprio desdobramento das ações
fiscais já iniciadas com base nessa lei e nesse parágrafo não tiveram condições
de ter seqüência. Mas essa lei também foi revogada pela Lei nº 7.109, que
praticamente tinha o mesmo espírito da lei anterior, só que invertia a
situação, ou seja, o “caput” do artigo proíbe o funcionamento do comércio aos
domingos e feriados. E o parágrafo dá a exceção de que com o acordo ou convenção
coletiva poderia funcionar. Então, se contestada a constitucionalidade do
parágrafo, prevaleceria o “caput” do artigo, onde proíbe o comércio aos
domingos e feriados em Porto Alegre. Ocorre que essa lei não chegou a vigorar
porque a Liderança da Bancada do Partido Liberal e a comissão provisória do
Partido Liberal no Estado contestaram na Justiça essa Lei por não ter tramitado
a aprovação da Lei da forma regimental aqui nesta Casa. Isso não foi julgado
até hoje, foi concedida uma liminar, essa Lei não foi revogada, porque o mérito
não foi julgado, mas está com seus efeitos suspensos. Na verdade, o que temos
hoje, do ponto de vista do Município, é um vácuo na legislação. A lei existente
está com seus efeitos suspensos, não há, portanto, uma lei que possa, efetivamente,
estar sendo aplicada. De qualquer forma, a contestação e a disputa judicial se
dão em relação à legislação municipal, permanece em pleno vigor a legislação
federal, que exige acordo ou convenção coletiva de trabalho. Apenas, o
Município, através da fiscalização da Secretaria da Indústria e Comércio, no
momento, está impossibilitado de agir, já que os efeitos da Lei estão
suspensos, mas a Delegacia Regional do Trabalho continua com toda competência
para agir com relação a isso.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Nereu D'Ávila.
O SR. NEREU
D'ÁVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, ilustríssimos Srs. Secretários da
SMAM e da SMIC. O Secretário da SMAM fez uma exposição a respeito de poluição
sonora e número de parques, concluindo dizendo que a aplicação da Lei é a norma
da SMAM. Até aí, o óbvio. Sua Excelência claudicou, quando referiu que
estabelecimentos de comércio transitório nada pagam ao Município. Claro que S.
Exª não tem a obrigação de a SMIC ter conhecimento disso, porque evidentemente,
desde muitos anos, antes do governo trabalhista na Prefeitura, do Sr. Alceu
Collares, não havia, efetivamente, uma forma concreta de recolhimento, tanto
que alguns estabelecimentos davam presentes. Já com a Dona Antônia Collares, no
MAPA, foi dada uma certa diretriz, que embora ainda de modo suave, mas já havia
certa obrigatoriedade não de presentes, mas de recolhimento de determinadas
taxas, embora na época elas fossem bastantes pequenas. A Administração Popular,
do Sr. Olívio Dutra, já aumentou bastante essa contribuição, de modo que há
recolhimento sim. Até para não dizer que quando tira o alvará, que é
transitório por um ano, é evidente que recolhe taxa. Esse não é o problema. O
problema, senhores Secretários, é o seguinte: eu gostaria que o Secretário da
SMAM dissesse que orientação efetiva tem em relação ao futuro desses trailers,
porque, ao que estamos informados, isso está-se modificando. Agora pergunto ao
Secretário da SMIC, se está-se modificando isso, porque V. Exª se referiu a uma
instrução nº 08 de 1990, e em 1990 ainda era a administração do Sr. Olívio
Dutra, que foi até 1992. Há casos, e tenho conhecimento seguro disso, em que
nas áreas que V. Exª disse que licencia, que é o caso das áreas de uso comum do
povo, se bem depreendi, V. Exª abriu exceção “praças, ainda não-urbanizadas,
com licença da SMAM”. Essas seriam novas praças, mas há muitas antigas, que
ainda não foram urbanizadas. Mudou a orientação, porque durante a Administração
Olívio Dutra, essas praças não-urbanizadas vinham tendo seu alvará renovado ano
a ano. Recentemente, na Administração Tarso Genro, mudou a orientação e não
estão sendo dados novos alvarás, nem para aqueles que os recebiam na
Administração passada. Aí se encontra a primeira contradição que gostaria que
V. Exª esclarecesse.
A segunda, confirmando a mudança de orientação na
atual gestão Tarso Genro, no Parque Marinha um trailer que há muitos
anos vinha recebendo alvará, agora não o recebe mais. Para corroborar isto, o
Sr. Raul Pont, Vice-Prefeito, veio à imprensa e declarou que, a partir de
agora, só mediante licitação, dando a impressão que esta não se restringiria
aos próprios dominiais do Município.
Então, o fundamento do nosso convite a V. Exas
é o seguinte. Notoriamente mudou a orientação do Sr. Olívio com relação ao Sr.
Tarso. Eu gostaria de saber qual é o futuro desses trailers. Creio que,
a exemplo de uma antiga lei do inquilinato, que não está mais vigente, que
concedia, para cada ano de inquilinato, um mês de prazo de desocupação do
imóvel. Se possuía 20 anos de inquilinato, teria 20 meses para deixar o imóvel.
Eu penso que um dos aspectos de se fazer justiça seria o de respeitar o tempo,
fixar um critério, o que não pode é, de repente, por causa de uma nova
orientação da Administração, que se atropele a saída de pessoas que dão
emprego, que trabalham, e que tinham licença de alvará de muitas
Administrações, inclusive a Administração do Sr. Olívio Dutra. Não se pode
mudar a regra do jogo durante o jogo. É sobre isso que peço informações a V.
Exª.
O SR. JOSÉ
LUIZ VIANNA MORAES: Ver. Nereu D'Ávila, na realidade não houve mudança de
orientação do primeiro mandato da Administração Popular para o segundo, nós
continuamos com os mesmos critérios, licitação em bens dominiais vedadas em
áreas públicas, salvo praças, ouvida a SMAM; estacionamentos, ouvida a SMT,
permitido em áreas particulares. Esta ano, até agosto, nós tínhamos mais de 100
alvarás para trailers renovados e liberados em Porto Alegre e novas
liberações. Os alvarás que não renovamos foram os daquelas área que estão em
discussão, inclusive judicial, pois o Município necessita, por diversas razões,
da área, como é o caso da praça Grêmio Futebol Porto-alegrense, aqueles que
estão ao lado do Olímpico. Esses trailers receberam licença, porque não
havia plano de urbanização, agora a SMAM tem o plano e o recurso para urbanizar
aquela praça, eles passam a ser um impeditivo para a realização da urbanização.
Por essa razão não tiveram suas licenças renovadas, só não foram retirados de
lá porque estão em ação judicial. Na realidade, não estão tendo renovados os
seus alvarás aqueles trailers que estão em discussão judicial com a
Prefeitura.
O SR.
GIOVANI GREGOL: Em primeiro lugar, queria fazer um comentário a respeito
dessa questão do suposto, ou melhor, do pretenso retorno financeiro desses trailers
ao Município de Porto Alegre. Quero dizer que - temos aqui o testemunho do meu
colega, Secretário da Indústria e Comércio e também da nossa assessoria;
estamos, inclusive, com a presença do Secretário adjunto da SMAM, biólogo
Flávio Barcelos, ali no Plenário, que é funcionário há quase vinte anos de
Prefeitura e tem dezessete anos na Secretaria Municipal do Meio Ambiente, ou
seja, a idade justamente da nossa Secretaria agora em dezembro, uma pessoa bastante
experiente nesses assuntos e temos também a presença aqui da nossa assessoria
jurídica, Dr. João Cacildo, nosso coordenador jurídico, e o Dr. Auro que também
está no Plenário nos assessorando - o grosso do retorno financeiro que o
Município de Porto Alegre, ou melhor, que a Prefeitura de Porto Alegre recebe
advém dessas atividades o que é muito pouco. Quero reenfatizar isso porque não
é, na nossa opinião, um dado menor dessa discussão, pelo contrário, parece-nos
um dado, sem prejuízo de outros, fundamental nessa discussão. O que ganha o
Município? O que percebe o munícipe, que retorno ele tem? Esse volume é muito
pequeno considerando o volume da atividade econômica envolvida, o grosso desse
montante, que é pequeno, vem do pagamento, justamente, das taxas para concessão
de alvará, enfim, dos títulos de permissão em qualquer caráter, seja precário
ou de maior prazo a esses estabelecimentos. Outros tipos de contribuição
existem, Ver. Nereu, mas são casuais, não são sistemáticos e são muito
pequenos, inclusive, com pouco amparo legal, é preciso admitir isso, porque
nesses casos a coleção de legislação que existe não nos dá muita condição para
cobrar do estabelecimento um valor muito maior ou muito diferente daquele da
taxa que todo cidadão paga para conseguir o seu alvará, sua permissão ou sua
concessão. De forma que é muito pouco o retorno financeiro ao Município. É
ridículo, para falar claramente. A grande maioria, para não dizer a totalidade,
dos proprietários dos trailers, peremptoriamente, se nega a sequer
cogitar ou discutir uma mudança dessa postura. Isso nós consideramos, do ponto
de vista negocial, uma daquelas causas que impedem que travam um maior
entendimento nesses casos, ou seja, eles lucram em cima da coisa pública, dando
retorno mínimo e acham que assim está bom e assim querem continuar insistindo.
Naturalmente, a nossa obrigação, e a época que o Brasil passa de clamor contra
o uso e abuso da coisa pública, nos leva a ser, de certa forma, mais rígidos.
Aquilo que o Município está ganhando não é nada e, às vezes, com grande
estorvo. Por exemplo, só para citar um, o lixo que muitos desses
estabelecimentos geram na sua atividade e pelo qual eles não se
responsabilizam; aí, o problema é do DMLU. Quanto à questão específica,
Vereador, do nosso procedimento de parte exclusivamente da Secretaria Municipal
de Meio Ambiente, eu posso lhe dizer o seguinte: Sem prejuízo do que faz a SMIC
o que, obviamente, nós procuramos sempre agir de comum acordo e estamos
afinados. A partir de 89/90, ou seja, a partir do início do Governo Olívio
Dutra, não houve de nossa parte licenciamento de novos trailers em áreas
de uso comum do povo. Para deixar bem claro, não confundir: aquilo que toca à
SMAM são as praças e parques, logradouros e jardins, não incluindo aí as áreas
dominiais, que são aqui, no caso, mais afetas à SMIC. Portanto, as áreas de uso
comum do povo, como praças, desde 1989/1990, nós não temos mais dado permissão
para esse tipo de atividade pelas razões expostas e até por que nós entendemos
que existe um impedimento legal a isso. Em segundo lugar, nas mesmas áreas, ou
seja, de uso comum do povo, a SMAM não está renovando a continuidade de
funcionamento daquelas atividades que já estavam lá a qualquer tempo e a
qualquer título. Aliás, quero aqui comentar que os alvarás ou as permissões que
a Prefeitura dá a esse tipo de atividade são todos a título precário, ou seja,
o proprietário sabe, pois é deixado bem claro para ele, que ele está recebendo,
se recebeu, uma permissão a título precário, revogável a qualquer momento, por
vontade e iniciativa do Poder Público Municipal. Está expresso em lei. Então, a
SMAM não tem renovado. Apesar disso, temos usado o bom senso e temos negociado.
Infelizmente, não temos tido, muitas vezes, uma postura negocial por parte dos
interessados, pois, em alguns casos, locupletaram-se por anos na área pública e
acham que é justo que continue assim durante mais anos, indefinidamente. Coisa
com a qual não podemos concordar, obviamente.
Em terceiro lugar, em praças, parques, em áreas
comuns do povo, guardado o bom senso, a atitude de dar prazo, etc, - inclusive
essa sugestão do Ver. Nereu D'Ávila, em primeira mão, parece-me interessante -
estamos providenciando a retirada desses estabelecimentos, analisando e
negociando caso a caso.
O SR. PRESIDENTE:
Com palavra, o Ver. Eliseu Santos.
O SR. ELISEU
SANTOS: É uma satisfação contar com a presença dessas duas ilustres figuras
aqui no Plenário, pessoas amigas. Esta posição em relação aos trailers é
em toda a cidade de Porto Alegre, ou é em alguns pontos? Fiquei um pouco
curioso, quando fui informado que alguns trailers em frente à construção
daquela lancheria MacDonald’s que já trabalhavam há muitos anos no triângulo da
Assis Brasil foram informados que seus alvarás não seriam mais renovados. Fiquei
curioso pois poderia haver alguma ligação entre uma lancheria do MacDonald’s e
aqueles trailers que estão ali na frente há 6 ou 7 anos. É uma pergunta
que fica para V. Exas.
Fiquei muito satisfeito com a preocupação com a
coisa pública, sobre terceiros lucrando em cima da coisa pública. Acho que é
uma preocupação muito importante e parabenizo V. Exas sobre isso.
Quero trazer aqui, não como denúncia, mas para que
seja investigado o que está ocorrendo na Faixa Preta, mais conhecida como
Campos Velho, na proximidade da Rua Ursa Maior, onde fomos informados que uma
associação comunitária da Faixa Preta tinha conseguido da Prefeitura uma área
para uso comunitário. Só que esta área está alugada, tem mais de cem boxes,
está sendo alugada para moradores de um conjunto residencial. Estive no local,
perguntei e fui informado que existia - por isto gostaria que fosse investigado
- uma funcionária da Prefeitura que o marido era proprietário daquela área e
que tinha um acerto sobre isto. É o que ouvi pela população daquela região,
todavia farei um Pedido de Informações sobre isto, oficialmente, sobre este
caso.
São duas colocações que gostaria fossem
respondidas, hoje, ou no futuro.
O SR.
GIOVANI GREGOL: Quanto ao caso específico não vou-me manifestar agora,
vamos aguardar informações a respeito da informação do Vereador.
O SR. ELISEU
SANTOS: Sobre a colocação deste estacionamento chega aos ouvidos que é
gente que trabalha na Prefeitura que está ligado a este estacionamento, que
parece que está dando um bom lucro.
O SR.
GIOVANI GREGOL: Obviamente é uma situação irregular, e comprovado isto
vamos tomar providências. A Prefeitura vai tomar providências cabíveis, e
rapidamente, se confirmado isto. Agradecemos, inclusive, a V. Exª que nos traz
essa informação, porque não é possível conhecer tudo e saber o que se passa em
uma Cidade de uma milhão e meio de habitantes. Nós precisamos desse tipo de
informações para governar melhor. Em segundo lugar, a respeito ainda das
permissões de uso, eu quero relembrar que essas permissões são feitas a título
precário e intransferíveis. Elas são dadas por um tempo limitado, no máximo um
ano, mas revogáveis a qualquer momento. E a uma pessoa física determinada para
uma atividade determinada. O que acontece muitas vezes, Vereador, é que aquela
pessoa vende a “posse” daquela área, daquela atividade, ou o próprio trailer
inclusive, a uma outra pessoa e essa outra pessoa entende, porque pagou, porque
alega que agiu de boa-fé e muitas vezes agiu realmente, que tem direito
adquirido. Não é problema nosso. Inclusive a Legislação é bem clara e as
pessoas são avisadas, no momento em que a atividade muda, no momento em que a
pessoa muda, o proprietário, no momento em que há qualquer mudança daquelas
condições iniciais que prevaleciam no momento da concessão, do título precário,
naturalmente é razão para que a Prefeitura rescinda essa permissão ou no caso
de insistência ingresse judicialmente para que ela cesse num prazo mais rápido
possível. Então, para que fique bem claro aqui para nós. Agora, eu queria
enfatizar, aqui, que existem diferenças de bens nominais e existe no caso
específico da SMAM aquelas áreas gravadas no Plano Diretor para serem áreas de
lazer e preservação, eu já disse que são dezenas, talvez uma centena, mas que
não foram efetivadas por falta de recursos, por ocupação irregular, é um dos
problemas, inclusive atividades econômicas que impedem que a futura utilização
seja uso do povo daquela área com a destinação para a qual ela foi criada. E o
que nós fizemos? Neste caso e só neste caso, quando é uma área de praça que não
é praça efetivamente nós estudamos caso a caso, recebemos a solicitação e
podemos eventualmente conceder a permissão de uso ou a continuidade de uma
atividade dessas, que lá já estava, eventualmente. Agora, no caso de praça já
existente ou de uma praça que vai ser efetivada e lá já existia um trailer
inclusive com a nossa permissão, nós providenciamos e comunicamos: “Olha a tua
permissão não vai ser renovada.” Porque foi dito, inclusive, àquele
proprietário que quando a praça fosse ser efetivada ele seria avisado e teria
que se retirar imediatamente. Então, digamos, essa seria a nossa exceção.
Praças já existentes nós não estamos concedendo, desde 1989, e aquilo que já
existia, nós estamos tirando, inclusive com recurso judicial.
A questão do MacDonald’s, é óbvio que não existe,
agora é óbvio que os vários interesses se manifestam e se fazem sentir dentro
do Executivo Municipal de forma legítima e transparente. São aceitáveis só
quando isso acontece de forma legítima e transparente. O mesmo acontece aqui
nesta Casa, os vários interesses que existem na sociedade, inclusive, os
interesses econômicos, capitalistas, também se expressam e, desde que façam
isso de forma transparente e de acordo com a lei, não há nenhum problema. Mas,
eu acho que nesse caso qualquer sugestão não tem cabimento, até porque,
Vereador, eu lembro que quando o MacDonald’s, inaugurou no Rio Grande do Sul,
depois de anunciado amplamente pela mídia a festa de inauguração, ele teve que
adiar em várias semanas ou dias, pelo menos, essa inauguração, porque na época
o Prefeito Olívio Dutra acabou impedindo a inauguração porque justamente o
estabelecimento não tinha alvará. De forma que nós não temos nenhuma
complacência com esse tipo de atividade e muito menos com a citada MacDonald’s.
Todos têm de cumprir a lei.
O SR. JOSÉ
LUIZ VIANNA MORAES: Só complementando essa última questão. A legislação
municipal não permitiria a instalação de um trailer a menos de 100m de
um estabelecimento formal, mas, evidentemente, essa situação se coloca para a
instalação de um novo trailer a menos de 100m de um estabelecimento. Não
para uma situação inversa onde o trailer já está anteriormente colocado.
Inclusive teve um caso muito polêmico entre um supermercado e uma banca de jornal
e revista. A banca estava licenciada desde antes do supermercado e quando o
supermercado construiu queria a retirada da banca e a banca permanece lá até
hoje.
O SR.
PRESIDENTE: O próximo inscrito é o Ver. Jocelin Azambuja.
O SR.
JOCELIN AZAMBUJA: Em primeiro lugar cumprimento os Srs. Secretários por
suas presenças, aqui, agradeço desde já a formalização da vinda do Secretário,
na próxima sexta-feira, da Indústria e Comércio, para tratarmos do assunto dos
camelôs. Acho que isso é muito importante e de interesse da Cidade. Nós
gostaríamos de fazer duas colocações, uma, é justamente em relação a posturas
que a SMAM tem adotado e que tem me preocupado bastante. Primeiro foi por
ocasião, da liberação da área para a construção, aqui, no Parque Maurício Sirotsky
Sobrinho da Unidade do 4º Regimento de Cavalaria da Brigada Militar. Recebi uma
resposta da SMAM, de um pedido que fiz no início do ano, em janeiro, mais
precisamente, de que o problema era que a Brigada Militar não tinha interesse
em construir na área. Aí recebi um ofício do Chefe da Casa Civil do Governo do
Estado, dizendo que havia interesse em construir. Depois fui ao Comandante da
Brigada, que também me garantiu que a Brigada tinha interesse, fui ao Prefeito
de Porto Alegre que igualmente me garantiu o interesse na construção e que não
havia problemas com a SMAM. Foi superado o impasse, mas havia uma divergência
de informações, que já foi resolvida. E em função disso, semana que vem haverá
uma reunião formal, com o Prefeito e Comando da Brigada para acertarmos a
instalação definitiva. Por outro lado, Porto Alegre, vergonhosamente, não tem
nenhuma política de banheiros públicos; uma Cidade como a nossa não tem nenhuma
previsão, em função do seu crescimento e da sua realidade social, uma política
de mictórios públicos. Esquecemos que as pessoas têm necessidades fisiológicas
e precisam de banheiros. Solicitei a instalação de um banheiro público na Praça
Garibaldi, outro na praça junto ao Grêmio Football Porto-Alegrense, porque ali
há uma feira, todos os sábados e, em não existindo banheiros, os feirantes não
têm direito de irem ao banheiro. Solicitei também um banheiro para a Praça
Israel - inclusive solicitado já na gestão anterior, com a presença do
Secretário de Indústria e Comércio -, onde realizava-se o brique. Mas a
resposta que me foi dada por parte da SMAM quanto à Praça Garibaldi é digna de
nota; achei lamentável sob todos os aspectos, e foi a seguinte: “não podemos
construir banheiros na Praça Garibaldi porque prejudica o aspecto histórico”.
Fiquei pasmo, isso é resposta que se dê ao povo para dizer-lhe que não tem o
direito de urinar num local público, de fazer as suas necessidades num local
público? Então eu pedia até que o Sr. Secretário revisse esta posição lá da
Secretaria do Meio Ambiente, porque, se o senhor conhece aquela praça, sabe que
em volta dela há um grupo de profissionais que trabalha ali, profissionais de
caminhões, de transporte. Eles fazem as suas necessidades onde? Ali já
aconteceram, inclusive, agressões de policiais-militares a pessoas que
precisaram fazer as suas necessidades fisiológicas e as fizeram ali, nas
árvores, prejudicando até muito mais a natureza, fazendo as necessidades
fisiológicas nos canteiros, como é comum de se ver na Praça Garibaldi. O senhor
sabe que hoje as pessoas têm problemas de hipertensão, tomam medicamentos, têm
necessidade de utilizar um banheiro, e Porto Alegre está sem nenhuma política
de previsão de construção de sanitários públicos. Imagine, se o aspecto
histórico fosse prejudicar, nós não poderíamos ter banheiros na praça Dom
Feliciano, na praça da Alfândega, na praça Otávio Rocha. Ali, na própria praça
Garibaldi já teve escola, já teve banheiro, teve tudo. Hoje não tem nada.
Então, Sr. Secretário, eu apelo no sentido de que V. Exª veja, com o seu corpo
técnico, mais aprofundadamente esta questão, e que libere a área ali, para que
o Município construa um banheiro, porque não se admite hoje, numa cidade do
tamanho de Porto Alegre, e a praça Garibaldi pode ser considerada como área
central, que ela não disponha de um equipamento dessa natureza. Muito obrigado.
O SR.
GIOVANI GREGOL: Eu creio que este não é exatamente o tema do nosso debate
hoje, pois o convite foi feito para debater da questão dos trailers, mas
nós não sonegamos aqui a informação devida aos Vereadores. Quero lembrar a
questão do policiamento a cavalo, por parte da Brigada Militar, e o próprio
Vereador considerou uma questão superada. Eu queria comentar, de qualquer
forma, que houve uma série de desinformações e equívocos, de parte a parte.
Houve equívocos da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, ainda na gestão
anterior, quando começaram essas tratativas depois degringolaram e após foram
retomadas, e houve também equívocos por parte da Brigada Militar, ou do comando
da mesma. Mas é uma grande idéia, eu só tenho ouvido falar nisso para aquela
área ali do parque Maurício Sirotsky Sobrinho e parque contíguo, que é o parque
Marinha do Brasil. Mas nós poderíamos fazer isto em outras áreas da Cidade. O
policiamento a cavalo não serve só para as áreas de lazer e preservação, serve
para qualquer área da Cidade e é praticado no mundo inteiro. Vemos até no
cinema que em pleno centro de Manhattan há policiais à cavalo. Se isso é
possível lá, numa cidade com 10 milhões ou 12 milhões de habitantes, por que
não é possível aqui. Sabemos que existem condicionantes para isso, inclusive do
ponto de vista gerencial da própria Brigada, porque, embora pareça simples, não
é. Os cavalos comem, têm que ficar guardados, são seres vivos. O problema dos
seres vivos é que eles têm as suas dificuldades, suas necessidades e assim por
diante.
Quanto à questão dos banheiros, queria lembrar, em
primeiro lugar, que a responsabilidade pela manutenção dos banheiros na cidade
de Porto Alegre não é da SMAM, é da nossa Administração, é do DMLU -
Departamento Municipal de Limpeza Urbana. Muitas vezes as pessoas, até pela
imprensa, alguns jornalistas, se dirigem à SMAM reivindicando ou protestando
quanto à situação deste ou daquele banheiro esquecendo que, absolutamente, isso
não é da nossa responsabilidade específica, mas sim, do Departamento Municipal
de Limpeza Urbana. Claro que o fato gerador disso é que eles estão, às vezes,
dentro de uma praça ou de um parque mas não são da nossa responsabilidade. Da
mesma forma, a construção desses banheiros também não é responsabilidade da
SMAM. A única responsabilidade da SMAM, no caso, é a projeção; é quando a praça
vai ser efetivada, devendo projetar ou não aquele tipo de equipamento. Sabemos
que todos os projetos dessas áreas de lazer e preservação são feitos, inclusive
por obrigação legal, na Secretaria de Meio Ambiente onde existe um corpo de
arquitetos e engenheiros especializados nisso. Inclusive quando a empreiteira é
contratada ela realiza a obra, mas o projeto é feito por nós.
Há uma coisa interessante que os Vereadores
precisam saber: infelizmente as nossas empreiteiras não tem know-how de
projetar área desse tipo, elas têm know-how de projetar viaduto, ponte,
edifício, etc, mas de projetar parques e praças o know-how das nossas empresas
é muito pequeno. Nós mesmos fizemos e fizemos bem. Aí acaba a nossa
responsabilidade. Geralmente a construção de banheiro é responsabilidade da
SMOV, que tem o controle de toda obra do Município, e a sua gestão e
administração é do DMLU. Quanto à questão específica da praça, a Cidade tem um
órgão autônomo da Prefeitura que é o Conselho Municipal do Plano Diretor. E o
Conselho Municipal do Plano Diretor se baseia em toda uma legislação municipal,
estadual e federal e tem suas normas e tem as suas decisões. E temos dentro da
Secretaria de Cultura um setor de Patrimônio Histórico. Mas, principalmente o
Conselho, que é composto por uma série de entidades, Ordem dos Arquitetos do
Brasil, CREA, assim por diante, ele tem as suas normas e as suas recomendações
ou determinações da Prefeitura, cujo mérito eu não que me manifestar. E uma
delas é essa, que a Praça Garibaldi é considerada uma Praça tombada, uma Praça
histórica e a paisagem dela não deve ser modificada por prédios de qualquer
tipo, nada contra o banheiro. Por exemplo, um quiosque para vender picolé, como
tem no Parque Farroupilha, lá é impossível botar. É uma decisão do Conselho que
é independente do Governo Municipal e que nós queremos respeitar. Então, a
discussão se dá num outro nível. Especificamente quanto aqueles caminhoneiros,
fazedores de carreto, que ali estão, eu só quero dizer ao Vereador que, há
algum tempo, já, eles são uma fonte de dificuldades para a SMAM e para toda a
comunidade que mora em redor da Praça. Nós recebemos, semanalmente, queixas
constantes em relação, se não a todos, que seria preconceituoso, mas a alguns
daqueles carreteiros que usam a área pública como se deles fosse, sujam, fazem
até necessidades, como o Senhor também testemunhou, e ainda se queixam que nós
não colocamos banheiros. Ora, se eles têm uma atividade econômica ali, não é
obrigação da Prefeitura fornecer equipamento de apoio. Não são os usuários da
Praça, são os carreteiros que usam a área pública como área de estacionamento
de carga de descarga. Recentemente, eles vieram também pedir água e nós
colocamos. Mas, veja bem, não são os usuários da Praça, os usuários - vamos
dizer assim - de lazer ou comunitários da praça, são pessoas que usam aquela
área pública que é de todos, como o apoio a sua atividade econômica, sem nenhum
tipo de retorno econômico para nós. Mas que gera uma série de demandas.
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): Já que estou assumindo a Presidência, agora, da
Sessão, quero cumprimentar aqui o Ver. Gregol, sempre muito estimado nesta Casa
e, também, o nosso Secretário da SMIC, o Zeca. Sempre fomos muito bem recebidos
nestas duas Secretarias e queremos cumprimentá-los nesta vinda a esta Casa.
Esperamos que possamos, realmente, neste entendimento, ajudá-los nestes
problemas que estão sendo colocados.
O Ver. Divo do Canto está com a palavra.
O SR. DIVO
DO CANTO: Devido à resposta que o Secretário deu ao Ver. Jocelin Azambuja,
meu colega de Bancada, deixo de fazer a pergunta. Muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE: Com a palavra, a Verª Maria do Rosário.
A SRA. MARIA
DO ROSÁRIO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Secretários da SMAM e da
SMIC. É uma satisfação poder ouvi-los e conhecer melhor a nossa realidade da
área das duas Secretarias.
Sr. Secretário José Luiz Vianna Moraes, o convite
que fizemos para o seu comparecimento a esta Casa tem, como objetivo,
esclarecer uma denúncia do Sindicato dos Comerciários de Porto Alegre. Por
volta de 20 de maio, deste ano, recebemos do Sindicato dos Comerciários de
Porto Alegre, todos os Vereadores desta Casa, uma correspondência na qual o
Sindicato, com base na Lei nº 6.988, deste Município, diz que esta Lei não vem
sendo cumprida no nosso Município, de denuncia que os comerciários estão
sofrendo diversas ameaças e coações por parte dos patrões, dos comerciantes,
com o objetivo de serem forçados a assinar concordância de trabalhar nos seus
dias de repouso. Além disto, o Sindicato dos comerciários, nesta
correspondência, denuncia, aos Vereadores desta Casa, que a SMIC e a
Prefeitura, bem como a Delegacia Regional do Trabalho já teriam recebido várias
denúncias, inclusive com local dos estabelecimentos, por parte do Sindicato, e
não teriam tomado qualquer atitude. E mais: diz a correspondência que em nenhum
caso os fiscais comparecem aos estabelecimentos denunciados. Nenhuma multa foi
aplicada, e ninguém sofreu qualquer sanção, portanto a Lei nº 6.988 não está
sendo cumprida. Pela sua fala, nós entramos em contato com uma realidade de que
esta Lei não estaria em vigor no Município; diferente do que o Sindicato dos
Comércios nos coloca e do que, eu me permito dizer, era o meu entendimento. No
entanto, mesmo existindo um vácuo na legislação que fomos apurar, existe uma
legislação federal que dizia exatamente a mesma coisa, colocando a Legislação
Municipal nº 6.988. Se existe uma Legislação Federal, é responsabilidade única
da Delegacia Regional do Trabalho? A SMIC não tem a responsabilidade, como
todos os cidadãos têm, de fazer cumprir a lei e, mais do que isso, com o
auxílio dos seus fiscais, ir averiguar essas denúncias que o Sindicato dos
Comerciários diz que repassou à Secretaria para que fossem averiguadas.
Sr. Secretário, gostaria de colocar uma nova
questão, - que espero que o senhor responda, se não agora, na próxima semana,
quando vier nos fazer uma visita, mesmo que informalmente -: que medidas a
Secretaria Municipal de Indústria e Comércio está tomando, quanto a
estabelecimentos que recebem o alvará de funcionamento da Secretaria para
determinado fim e acaba utilizando este estabelecimento para a exploração de
crianças e adolescentes com a prostituição infanto-juvenil? Nós tivemos, nesta
Casa, diversos depoimentos e os Conselhos Tutelares, de uma forma muito
contundente, vem fazendo a denúncia de hotéis, de casas de diversões, que se
constituem em verdadeiros locais, onde crianças e adolescentes são colocadas em
cativeiro, não tendo a possibilidade de ir e vir, sofrendo todo o tipo de abuso
sexual e exploração econômica. Nós precisamos tomar iniciativas conjuntas para
coibir essas ações. Não era esse o motivo do convite, mas, se for possível, eu
gostaria de conhecer essas medidas. Muito obrigado.
O SR. JOSÉ
LUIZ VIANNA DE MORAES: Essa questão eu tratarei, quando vier, novamente à
Câmara, para tratar do Comércio transitório e sobre os camelôs. Com grande
prazer eu tratarei, também, a respeito desse assunto. Neste momento me
limitarei a questão do comércio aos domingos.
Durante a vigência da Lei nº 6.988, a Secretaria da
Indústria e Comércio fez uma série de ações. Nós recebemos uma série de
denúncias do Sindicato dos Comerciários e estabelecemos uma série de ações.
Algumas até tiveram notoriedade na imprensa, inclusive. Nós tivemos ações da
Carro do Povo, da Gaúcha Car, da Livraria Papyrus, que foram muito polêmicas e
servem para exemplificar que várias ações foram feitas. A Lei foi revogada por
uma nova Lei, e antes de ser revogada, ela, por decisão da Justiça, considerava
que os parágrafos 1º do artigo primeiro, que condicionava a abertura à
necessidade de acordo ou convenção coletiva de trabalho; considerado
inconstitucional porque não seria de competência do Município. Eu quero colocar
duas coisas: primeiro, a nossa interpretação, que inclusive na Justiça, na
discussão da Lei n° 7.109, nós defendemos que sim, é competência do Município;
não verificar os termos desse acordo ou convenção coletiva, mas verificar a
existência da convenção coletiva. Isso é uma pré condição que o Município pode
estabelecer: que seja apresentado ao Município que foi cumprido esse aspecto da
Legislação Federal, assim como muitos outros aspectos se verificam em outras
situações. Não é competência do Município incidir sobre os termos da convenção
coletiva, mas a verificação da existência, sim. Independente da nossa posição,
o fato é que a posição hoje, vigente no Tribunal, diz que não é competência nossa
e nos impede de agir. Então, a fiscalização da Prefeitura, da Secretaria da
Indústria e Comércio, está, judicialmente, impedida de agir, enquanto
fiscalização. Essa é razão independente do mérito, da posição que nós temos em
relação ao comércio aos domingos. Esta é a situação legal que está colocada
para nós.
A SRA. MARIA
DO ROSÁRIO: Sr. Presidente, eu solicitei ao Sr. Secretário que, se fosse
possível, nos passar esse material e esse parecer que seriam de extrema valia
para as nossas conversas com o Sindicato dos Comércios.
O SR.
PRESIDENTE: O Ver. Mario Fraga está com a palavra.
O SR. MARIO
FRAGA: Sr. Presidente, Senhores Vereadores e Sr. Secretário. De antemão,
gostaria de agradecer a presença dos dois Secretários nesta Casa e dizer para o
nosso amigo Giovani Gregol que eu não vou abrir mão de fazer a pergunta, mesmo
sendo outro processo.
O Secretário Giovani Gregol foi Vereador na outra
legislatura, é Vereador nesta atual, está licenciado e sabe que não podemos
perder esta oportunidade. O Ver. Divo do Canto perdeu essa oportunidade no seu
primeiro mandato, mas tenho certeza que nas próximas ele não vai perder. Eu me
sinto na obrigação de não perder essas oportunidades.
Eu gostaria que V. Sª anotasse para nós. Lá no
nosso reduto - Belém Novo - nós temos uma praça central, muito bem cuidada pela
SMAM, DMLU. Está em excelente estado de conservação, de qualidade e tudo. Mas
nós temos mais duas praças. Uma que está em estado total de depredação, em
total abandono, que é a Praça José Comunal, na Av. Beira Rio. Se o Secretário
fizer uma visita, vai averiguar que está em estado de abandono. E a Praça Paula
Maciel de Oliveira - no Xavante - que está com a sua tela em decomposição, que
seria um remendo nas duas telas posteriores à goleira, que, se mandar fazer um
remendo, a gente pode aproveitar toda aquela tela; é um material caro, e
poderia durar muito mais tempo. Esta Praça José Comunal seria o pedido mais
importante, e gostaria que o Secretário entendesse a nossa posição.
E ao
Secretário da SMIC, está tudo andando muito bem. Muito obrigado pela presença
dos dois Secretários. Espero que o Giovani Gregol entenda a minha posição.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
GIOVANI GREGOL: Respondendo à saudação gentil do Vereador, acho que o
Vereador, do ponto de vista pragmático, tem razão. Geralmente, a gente faz
isso, e como o clima é amistoso, não há nenhum problema, o Vereador pode se
sentir à vontade.
Para mim, como cidadão, como ecologista, inclusive, o seu bairro Belém Novo é um jardim de Porto Alegre e tem que ser tratado como tal. É um bairro importantíssimo, do ponto de vista do patrimônio histórico, do meio ambiente e do turismo, porque certamente o turismo nacional, ecológico vai-se desenvolver grandemente. Eu sinto isso. Não é para longo prazo. É a curto e médio prazo. E nós, da Administração Municipal, temos que encontrar as formas de colaborar com isso, claro que também não é responsabilidade exclusiva nossa, é da iniciativa privada, é da comunidade. Mas nós temos que trabalhar mais em função disso. E agradeço as indicações, como são 350 praças, encontramos dificuldades de manter e principalmente de fiscalizar. Vamos atuar lá imediatamente, vou determinar, e o nosso Secretário Adjunto também é supervisor das praças e parques, também já anotou, vamos atuar imediatamente. Sempre que houver algo assim, liguem diretamente para nós, se não quiser fazer um Pedido de Providência, que procuraremos, dentro do nosso cronograma, resolver. Obrigado.
O SR.
PRESIDENTE: O Ver. Airto Ferronato está com a palavra.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Em primeiro lugar quero fazer uma saudação aos ilustres
Secretários aqui presentes e da nossa alegria em tê-los conosco. Eu inscrevi-me
em função de uma exposição feita pelo Ver. Jocelin Azambuja, quando ele dizia,
não é tema do encontro hoje, mas apenas para constar, falava relativamente a
banheiros públicos no Município de Porto Alegre. Quero dizer que há algum tempo
já estamos tratando com o DMLU, e há propostas e está marcando para ser
executado alguns banheiros no centro da Cidade, e na época eu pedi e foi
aceita, parece-me, a proposição, pelo Executivo, de implementar-se junto a
esses banheiros, banheiro público para deficiente físico e ostomizado. A
informação que temos é que será positiva essa solicitação. É apenas um registro.
Outro registro, até porque já foi mencionado e
encaminhamos para o Executivo, sei que o Ver. Geraldo de Matos Filho encaminhou
um Pedido de Informações a esse respeito, está dentro da visão daquilo que se
trata hoje, é relativo a esses postos de gasolina de propriedade do Município
que estão em poder de terceiros há muito tempo e até hoje não foi tomada
nenhuma providência, que no meu entendimento acredito que é possível
modificar-se isso, enquanto o Executivo é o condômino desses postos, no sentido
de buscar construir nesses locais alguns próprios, em termos de benefício
social para nossa Cidade. Era este o meu registro, cumprimentando a presença
dos Secretários e dizendo que sempre temos recebido informações importantes
quando os nobres Secretários têm chegado à Casa. Muito obrigado.
O SR.
GIOVANI GREGOL: Ver. Ferronato, quanto à questão dos banheiros parabéns
pela iniciativa, tínhamos essa informação de que vão ser ampliados e
construídos novos banheiros, principalmente no perímetro central, dentro do
projeto que chamamos “Projeto Centro” da Prefeitura do qual já fez parte a
remodelação e a adoção da Praça Dom Feliciano, já em obras a Elevada da
Conceição, o Largo da Rodoviária que deve ser inaugurada em Dezembro. Nós vamos
plantar ali mais de 100 mil mudas de flores e folhagens. O nosso ex-Prefeito
tem acompanhado e vamos cercar para obrigar as pessoas a usarem a passarela
evitando os acidentes, ali, semanais, também o Viaduto Loureiro da Silva que
está em obras. É todo um projeto e aquele banheiro, só para citar um exemplo,
da Praça Quinze vai ser todo ampliado e remodelado porque realmente está
carecendo. Quanto à questão que o Ver. Airto levantou sobre os postos de
gasolina, é um assunto muito sério que demandaria uma conversa mais longa. Nossa
administração, só para ressaltar, não é só a SMAM, é a SMIC, é a Procuradoria
Geral do Município, outras Secretarias, o próprio Gabinete do Prefeito, a SGM
que estão atentas ao problema. Nós atuamos mais quando esses postos estão em
áreas de praça. É o caso do Posto Ferradura que fica entre o Hospital de
Clínicas e a José Bonifácio. Aquilo é praça, é continuação do Parque
Farroupilha. Ele não deveria estar ali e assim outros postos da Cidade, em
especial um pacote de postos que pertenciam à antiga SAGOL. Para informação dos
Srs. Vereadores, à antiga SAGOL foram dadas e renovadas em administrações
passadas, naturalmente, não nossa, permissões de dez, vinte anos. Há casos,
para esses postos da SAGOL que foi adquirida a empresa pela Petróleo Ipiranga,
portanto grupo TELEGE, que hoje acha que tem direito adquirido e questiona na
Justiça manter a posse nesse locais. É um problema que hoje está mais na ordem
jurídica da Procuradoria Geral do Município. Mas, eu quero ressaltar que
dificilmente nós vamos resolver todos esses problemas. Ferronato, vai ser
difícil reverter todas essas áreas, que geralmente são praças, sem a
participação ativa da opinião pública e, inclusive, o apoio dos Senhores
Vereadores. Porque o poder econômico que está do outro lado, convenhamos, é
muito forte e, naturalmente, busca, na Justiça, de várias formas, ali se
manter.
O SR.
PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Elói Guimarães.
O SR. ELÓI
GUIMARÃES: Sr. Presidente; Secretários Giovani Gregol e José Luiz Vianna,
quero cumprimentá-los e dizer-lhes que não tenho questionamento a colocar,
apenas uma sugestão. Devo dizer que ambas as Secretarias, pelos seus titulares
aqui presentes, têm sido sensíveis a uma série de apelos que invariavelmente
esta Casa e este Vereador, via nosso Embaixador Adaucto, tem feito. Eu acho que
os Secretários desempenham papéis fundamentais, vivos, dinâmicos, no processo
da administração da Cidade. Evidentemente que se administra com a Lei, essa é a
função do administrador, mas também se administra, basicamente, com bom senso.
E quero confessar de público que tenho encontrado, em V. Exas, esse
espírito. Porque, vejam bem, na tenda, na caixinha, quem é que se encontra ali
se não um ser humano, um chefe de família, um trabalhador, tentando sobreviver,
mormente na conjuntura atual. Então, essa compreensão, gostaria de deixar
colocado, tem sido encontrada nas respectivas Secretarias. Não se pretende
transformar Porto Alegre num mercado persa, mas uma dose de tolerância a essas
situações reais que as respectivas Secretarias encontram me parece fundamental.
Por que atrás daquele trabalhador, está a família, o filho estudando, etc.
Muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE: O Ver. Geraldo de Matos Filho está com a palavra.
O SR.
GERALDO DE MATOS FILHO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, ilustres
Secretários. Gostaria que o Secretário Gregol esclarecesse com relação aos trailers,
o critério adotado na liberação do alvará, porque temos conhecimento de que em
certos casos há liberação para uns e para outros não, e que há tratamentos
diferenciados nesse sentido. Gostaria que me esclarecesse se já houve um
entendimento dos senhores com os proprietários dos trailers para que
houvesse um acordo sobre a permanência e para a cedência desses alvarás de
funcionamento.
O SR. JOSÉ
LUIZ VIANNA MORAES: Vou começar a resposta e o Secretário Gregol
complementa. O alvará é concedido na Secretaria da Indústria e Comércio, e o
critério para liberar o alvará é o que eu havia colocado no início. Liberamos
alvarás em terrenos particulares, observada a distância entre vizinhos. Há
alguns requisitos. Em terrenos particulares, em próprios dominiais do
Município, mediante licitação. Após a licitação, vindo do MAPA a manifestação
de que aquele próprio está colocado àquele cidadão, concedemos o alvará. Não
concedemos o alvará em vias públicas em hipótese alguma, e no caso das praças
os alvarás - não foram concedidos alvarás novos para trailers em praças.
Foram sendo renovados na medida em que a SMAM ou não tinha um projeto de
urbanização imediata daquela praça, ou entendia que, por uma razão ou outra,
aquele trailer não estava causando um grande transtorno ao funcionamento
da praça. Em relação aos critérios das praças, passo para o Sr. Giovani Gregol
para complementar, mas não há tratamento diferenciado, é essa, rigorosamente, a
situação.
O SR.
GIOVANI GREGOL: Não só aceito como louvo, e já tinha até me manifestado a
respeito dessa opinião dos Vereadores. É impossível governar sem bom senso. O
bom senso é fundamental no trato da coisa pública, aliás, se houvesse mais bom
senso em nosso País, não estaríamos nessa situação lamentável em que estamos
hoje. É claro que não podemos trabalhar contrariando a Lei, obviamente todos
sabemos disso. Toda Lei tem um limite de flexibilidade de interpretação, e nós
nos valemos disso, mas não podemos contrariar, frontalmente a legislação, o que
muitos gostariam que nós fizéssemos, mas não podemos fazer isso, porque temos
um compromisso com a população, consagrado nas urnas, e também porque o
Prefeito, que é o maior responsável, e nós Secretários, podemos ser, inclusive,
réus do Ministério Público, réus de qualquer pessoa física ou jurídica que
entenda que nós não estamos cumprindo com o nosso juramento de cumprir a Lei,
no meu caso um duplo juramento, como Vereador desta Casa e como Secretário
Municipal. Uma questão que nos preocupa muito, e aí também falo em nome da SMIC
e dos demais companheiros Secretários, é o da equanimidade. Vamos negociar,
vamos usar o bom senso, isso tem sido nossa postura permanente, mas vamos ser
equânimes, porque acho que em nenhuma hipótese nós podemos tolerar é o
privilegiamento, ou seja, sou tolerante com uns e não sou com outros. Aí eu
crio uma situação bastante difícil e insustentável em todos os pontos de vista.
É injustificável do ponto de vista legal, administrativo e ético inclusive. O
que os Vereadores têm que entender, inclusive os proprietários, sendo que
alguns deles eu já identifiquei, alguns até conheço e estão aqui, é isso, é que
temos um compromisso com a equanimidade. Não podemos ser draconianos com uns e
liberais com outros. O que muitas vezes até algumas leis consagram. Muitas leis
são draconianas com os pequenos e liberais com os grandes. O ideal seria o
contrário, mas, no mínimo, há equanimidade. Estamos aplicando uma mesma postura
- no caso da SMAM - a todos os estabelecimentos. Alguns saem e outros ficam
mais tempo por força de ações judiciais que temos que respeitar, mas procuramos
ter uma política equânime, estudando sempre caso a caso. Em especial, naqueles
casos em que o estabelecimento já estava instalado no local há muito tempo, mas
rigorosamente legalizado. Nestes casos, temos uma especial atenção, mas é
preciso que a Casa lembre que, muitas das praças que são reivindicadas via
Orçamento Participativo - um processo legítimo e transparente, hoje elogiado em
todo o País, de eleição das nossas obras. Temos, apenas no Orçamento de 1993,
36 praças e algumas delas tem trailers ou outro tipo de atividade ou
ocupação irregular. Vejam que não é só a lei; é a comunidade de um bairro ou
região inteira da Cidade que pede uma praça em determinado local. Entre uma
comunidade inteira e o interesse econômico, às vezes, de uma pessoa ou de uma
família, obviamente nós, administradores públicos, optamos pela primeira. Na
prática, alguns trailers ficarão, porque estão legalizados dentro de
nossos critérios, alguns já saíram e outros ainda sairão. É impensável, Srs.
Vereadores, que possamos manter todos os trailers como estão. Isto nos
dói e dói a eles, mas é da condição do administrador. Não podemos agradar
sempre a “gregos e troianos”. Infelizmente, administrador é isto: estabelecer
prioridades e, muitas vezes, contrariar interesses.
O SR.
PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Clovis Ilgenfritz.
O SR. CLOVIS
ILGENFRITZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e ilustres companheiros,
Secretários da SMAM e SMIC. Acompanhamos pari passu, desde 1989 - e
acompanhávamos antes, diga-se de passagem - o processo das duas Secretarias das
mais difíceis de serem exercidas, o Ver. Nereu, que já foi Secretário da SMIC,
já teve essa experiência, ainda mais que o processo que atravessamos hoje é
pior do que os anteriores. Estamos numa crescente depauperação da sociedade,
aumento de necessidade de trabalho informal. As pessoas estão procurando, de
alguma forma, trabalhar honestamente. Então há um aumento de camelôs, trailers.
A Prefeitura tem uma dificuldade enorme de dizer não, porque é um problema
social, mas não pode escancarar as portas porque começa haver uma indústria
desse processo. Deixo esse dado como um aporte do problema tanto da área
ambiental, como da área do comércio, da SMIC, sei que não é fácil. Às vezes, o
coração fica partido, mas se abrir mão vai criar uma situação para o Município
de não obedecer a um critério de justiça com os demais moradores da Cidade. O
segundo aspecto é com relação a preocupação do Ver. Jocelin, acho que devemos
fazer algumas demandas para melhorar os sanitários públicos e tê-los em
determinados locais. Fui Presidente do Sindicato dos Arquitetos, que é vizinho
da Praça Garibaldi, ali temos um grande problema, não é simplesmente a falta de
um sanitário. Acho que no caso dessa praça, nós deveríamos ter uma discussão
mais aprofundada sobre o excesso de uso daquela praça por um setor que se
instalou ali e que a vizinhança não quer, porque tem tido problema e se tem
tido dificuldade de modificar aquele quadro, são as pseudocamionetes de frete.
Algumas são e outras devem ser estudadas. Isso é uma questão que nós temos como
desafio, não só a Prefeitura, como os Vereadores, porque no momento em que a
Prefeitura tomar uma providência vai aparecer quem queira defender, mas se for
levar a fundo a discussão, eu acho que temos que tomar uma providência. Então,
deixo isso como um problema a mais para ser averiguado, porque eu, como
Vereador, tive várias demandas nesse sentido e não gosto de apresentar
problemas. Por isso, não tinha apresentado antes. Eu gosto de levar o problema
com a proposta de solução. Sinceramente, nesse caso, tenho dificuldade de dar
solução. Para mim, seria fácil dizer que não podem mais se instalar ali; mas é
um problema que tem raízes mais difíceis de serem contornadas. Só queria deixar
registrado isso.
O SR.
PRESIDENTE: Com palavra, o Ver. Luiz Negrinho.
O SR. LUIZ
NEGRINHO: Sr. Presidente, Srs. Secretários, eu vou fazer uma declaração e
um elogio à SMAM porque, quando o circo Kroner estava em Porto Alegre, eu usei
a tribuna para denunciar as pichações que estavam fazendo em toda Porto Alegre
e imediatamente apresentei um Pedido de Providências no sentido de que eles
fossem notificados. Com a agilidade do nosso companheiro Adaucto, o nosso
embaixador, no outro dia, terceiro dia, eu já estava recebendo um documento da
SMAM comunicando que já haviam solicitado que eles fizessem a retirada das
pichações e aplicaram uma multa. Eu recebi a cópia da multa, mas na verdade não
ficou se sabendo se foi aplicada a multa, até porque eles deixaram a Cidade
pichada. Então, gostaria de dizer que sou isento para dizer da importância de
um ecologista na Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
O SR.
PRESIDENTE: Não há mais
Vereadores inscritos, resta-nos, em agradecendo a presença dos Srs.
Secretários, dar a palavra a cada um deles para suas despedidas. Com a palavra,
o Ver. Giovani Gregol.
O SR.
GIOVANI GREGOL: Eu quero agradecer ao Ver. Luiz Negrinho. Acho que não
devemos falar em ecologistas, porque, de repente, a gente vai dividir o mundo
entre ecologistas e não ecologistas e não é isso que nós queremos, porque
ninguém nasce ecologista. As pessoas com consciência ambiental, entre as quais
V. Exª, certamente, se inclui, na administração pública, nos cargos de
importância pública como esse que V. Exª exerce hoje, são muito importante para
nós e queremos e estamos conseguindo que a preocupação ambiental perpasse toda
a administração pública. Eu sempre gosto de dizer, e V. Exª me deu oportunidade
de repetir, que a questão ambiental não pode, não deve e não será no nosso
Governo só da Secretaria Municipal de Meio Ambiente; ela deve ser SMIC, da
SMOV, do DMAE, do DMLU, da SMED, da CARRIS, porque todos têm a ver com o meio
ambiente, em graus diferenciados, obviamente, mas tem a ver com meio ambiente e
essa é uma das coisas que o nosso secretariado, o nosso Governo tem entendido e
nós estamos estabelecendo diretrizes, estamos elaborando um Plano Diretor de
Meio Ambiente e Saneamento. Quero relembrar à Casa que estamos aceitando
sugestões, contribuições para esse Plano Diretor de Meio Ambiente e Saneamento
cuja confecção foi um produto da Lei Orgânica que nós aqui elaboramos e,
estamos, não só estabelecendo diretrizes, como atuando conjuntamente. Assim, no
mundo inteiro e no Brasil cresce esse tipo de comportamento, de não entender a
questão ambiental como uma coisa estanque. Ecologia é com a SMAM, ecologia é
com os ecologistas, é com todos nós. Do zero aos cem anos, é um assunto do
nosso dia-a-dia, diz respeito à nossa vida. Eu agradeço a atenção dos Srs.
Vereadores e quero dizer que foi muito esclarecedor, foi produtivo para nós
termos aqui comparecido. Quanto ao circo Kroner, eles, realmente, sujaram toda
a Cidade. Quero agradecer ao Vereador. O Secretário da SMIC se manifesta em
seguida, mas nós, nas nossas duas Secretarias, temos atuado em conjunto nesses
e em outros casos, como com respeito à poluição sonora e assim por diante. Acho
que nós resolvemos o problema, Vereador, porque eles retiraram alguma coisa,
deixando uma mínima parte da sujeira que fizeram, porque obrigamos, inclusive
sob ameaça de interdição do Circo, ao seu advogado, a retirarem no mínimo 80%
do que deixaram. Isso acontece, da mesma forma, como todo show grande
que vem a Porto Alegre. Muitas vezes, ninguém assume a responsabilidade. Quando
vamos para cima do pessoal do Circo Kroner ou do produtor de um grande cantor,
eles alegam que não têm nada a ver com isso, a firma que faz a pichação foi
contratada com a orientação de só colocar cartaz em local certo e acabaram
colocando em local errado. Quando procuramos a firma que faz a pichação,
descobrimos, geralmente, que não existe firma alguma. É um grupo de rapazes que
pegam uma grana, não há contrato, não há carteira assinada, pessoa jurídica,
não há nada. De forma que é difícil controlar. Agora, todos os circos que
vierem, cumpriremos um dispositivo da lei que diz que quando não se pode
estabelecer o responsável, temos que multar aquele que lucra com a atividade.
Vai ser uma gritaria, mas gostaríamos de ter o apoio desta Casa.
O SR. LUIZ
NEGRINHO: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) O Senhor pode
contar com este Vereador e o Ver. Eliseu Santos, toda a vez que precisar tomar
essa atitude, porque é inadmissível que Porto Alegre amanheça com aqueles
pilares sujos, causando prejuízo às pessoas. Isso deve ser estancado de uma vez
por todas.
O SR.
PRESIDENTE: Com a palavra, o Secretário Municipal da Produção, Indústria e
Comércio.
O SR. JOSÉ
LUIZ VIANNA MORAES: Para concluir, gostaria de pegar um dos três temas de
que mais se tratou, a questão dos trailers e, por extensão, todo o
comércio transitório. Acho importante deixar claro que o comércio transitório,
inclusive o trailer, é antes de mais nada uma atividade digna exercida
por pessoas que estão labutando, tentando tirar o seu sustento de uma forma
honesta. Por isso, deve ser respeitada. Quando essa atividade ocorre em vias
públicas, embora uma atividade digna, pode gerar transtornos; embora preste um
serviço à população, gera também transtornos à população. E o trabalho que
tem-se procurado desenvolver em todos os segmentos do comércio transitório é o
trabalho de não impedir a existência da atividade, mas procurar minimizar, na
medida do possível, os transtornos que essa atividade provoca.
É nesse aspecto, inclusive, que se coloca a questão
dos trailers. Se entendemos que é uma atividade digna e que deve
permanecer na Cidade, que presta um serviço à população, mas em determinadas
situações esta gerando um transtorno, como por exemplo, a impossibilidade de
urbanizar uma praça que vai trazer um benefício maior que aquele trailer
à população. Nesses casos, se torna necessário que se encerre a atividade
daquele trailer. Sempre, o que se procura nestas situações é orientar o
cidadão que desenvolve aquela atividade que procure um outro local onde não vá
gerar transtorno, onde seja possível se regularizar.
Era isto que gostaria de colocar para encerrar.
Agradeço a oportunidade de ter estado aqui com os senhores
O SR.
PRESIDENTE: Renovamos o agradecimento aos Senhores Secretários, Ver.
Giovani Gregol, que sempre retorna a esta Casa, cada vez que é convidado, e o
Secretário José Luiz Vianna Moraes, que também tem comparecido com freqüência a
esta Casa e já tem agendado para a próxima semana outra vinda para tratar de
outro assunto.
Agradecemos a presença dos Srs. Secretários e
dizemos que a Câmara Municipal vai precisar sempre, no seu cotidiano, deste
relacionamento fraterno, amistoso que vem mantendo com a Administração da
Cidade. Muito obrigado.
Passa-se à
PAUTA - DISCUSSÃO
PRELIMINAR
1ª SESSÃO
PROC. N° 2627/93 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 133/93, de autoria do Ver. Wilton Araújo, que declara de
utilidade pública a Associação Satélite-Prontidão.
PROC. N° 2680/93 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 137/93, de autoria do Ver. José Gomes, que denomina Rua
Milton Sales Silveira um logradouro irregular, localizado no Bairro Cel.
Aparício Borges.
PROC. N° 2708/93 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 140/93, de autoria do Ver. Nereu D'Ávila, que cria o Fundo
Municipal de Crédito Educativo no Município de Porto Alegre e dá outras
providências.
3ª SESSÃO
PROC. N° 1569/92 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 126/92, de autoria do Ver. Ervino Besson, que institui e
disciplina a instalação de postos revendedores de gás liquefeito de petróleo
(PR/GLP) para comercialização do produto em recipientes transportáveis, no
Município de Porto Alegre. (Desarquivado pelo Ver. Dilamar Machado.)
PROC. N° 1934/90 - SUBSTITUTIVO Nº 02, de
autoria do Ver. João Verle, ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N°
026/90, de autoria do Ver. Lauro Hagemann, que dispõe sobre a utilização do
solo urbano no Município, adequando-o ao atendimento da função social da Cidade
e da propriedade. Com Emendas n°s 01 e 02.
O SR. PRESIDENTE: Não há oradores inscritos para discutir a Pauta.
Com a palavra, o Ver. João Dib em tempo e
Liderança.
O SR. JOÃO
DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, ontem à noite troquei três vezes de
canal de televisão, e três vezes encontrei veiculada a publicidade farta,
ampla, cara, da Administração da Prefeitura. Chamou-me a atenção uma frase que
eu vou ler na íntegra, porque não quero tirar letra nem colocar letra. “A
Cidade está mostrando ao País como se cuida do dinheiro público.” Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, eu acho que a Administração do PT não está
cuidando do dinheiro público. Eu disse que nós tínhamos e temos da Prefeitura
uma pasta com as vistorias dos viadutos e pontes de Porto Alegre e, no entanto,
foram pagos para a FUNDATEC e LEME, 133 mil dólares; 133 mil dólares do povo de
Porto Alegre jogados às traças! Eu disse bem: traças! Lamentavelmente, só ontem
eu recebi aquela caixa que contém os relatórios de vistoria de 11 obras de
arte, viadutos, pontes, passarelas, em São Paulo, também feitos na
Administração do PT, da Drª Erundina. (Lê.) “Viaduto do Café, Via Elevada do
Glicério, Viaduto 25 de Março, Viaduto Eusébio Stevaux, Ponte Freguesia do Ó,
Viaduto Dr. Plínio de Queiroz, Viaduto Orlando Murgel, Viaduto Pacheco Chaves,
Viaduto Pacaembu. Inspeção, ensaios de esclerometria e prova de carga em tramo
afetado por incêndio, da Ponte Cruzeiro do Sul.” Estas 11 obras, a vistoria
completa com as recomendações das necessidades de reformulações, custaram ao Município
de São Paulo 40 mil dólares. A Prefeitura pagou aqui, só na Elevada da
Conceição, para vistoria, 23.500 dólares, e, se completar com o acompanhamento
da fiscalização, quase que chega nos 40 mil dólares que o Município São Paulo
pagou. No mesmo dia 4 de maio de 1992, três passarelas foram vistoriadas na
avenida Ipiranga. Vejam o grau de dificuldade. A passarela do Parcão custou
2.300 dólares, para ser inspecionada, vistoriada. O conjunto das obras de São
Paulo nos mostra que custou 3.600 dólares, em média, a vistoria da cada uma das
obras de arte. Mas vejam, por exemplo, a Elevada do Glicério: 1.006 metros, com
uma largura média de 20 metros; ou talvez o Viaduto 25 de Março, em 3 trechos:
o primeiro com 348 metros e uma largura de 24 metros; o segundo com 475 metros
e com largura de 24 metros; o terceiro, 217 metros com uma largura de 20,5
metros. Ou quem sabe o Viaduto do Pacaembu, que era o menor, com dois lances de
191 metros, e mais duas passarelas para pedestres, mais acertos entre
passarelas e viadutos, que custou três mil e seiscentos dólares. Aqui a Elevada
da Conceição custou vinte e três mil e quinhentos dólares e já existia a
vistoria, porque em 1984 foi feita a troca dos aparelhos de apoio, que não
teria sido feita se não houvesse vistoria. E foi omitido pelo Sr. Secretário de
Obras e Viação e pelo Dr. Bruno Waichel que existia essa vistoria. Apesar de o
Dr. Bruno Waichel dizer que tinha competência para fazer a vistoria e foi ele
que fez, e o Secretário ter negado competência ao Dr. Bruno Waichel.
Recebo documento para que possa constituir a
comissão hoje ainda para que seja feita a análise do tema que está tão
evidente. Era isso. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Com a palavra, pelo Partido dos Trabalhadores, o Ver. Guilherme
Barbosa.
O SR.
GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, acho que mais uma vez
foram esclarecedores os documentos que chegaram ao nosso conhecimento. O Ver.
João Dib disse que em onze obras vistoriadas e uma série de trabalhos feitos em
São Paulo foram gastos quarenta mil dólares. Portanto, se tomarmos isso como
média, já que não conhecemos todos os detalhes das obras de São Paulo, e
multiplicarmos pelas quarenta e três obras vistoriadas em Porto Alegre,
chegaríamos ao montante de cento e cinqüenta e seis mil dólares. Gastou-se
cento e trinta e três mil dólares em Porto Alegre. Então, pelos números
trazidos pelo Ver. João Dib, economizamos vinte mil dólares. Mais uma vez os
dados comprovam que não houve qualquer superfaturamento. E mais, tenho curso em
mestrado e sei fazer contas muito bem, como mostrei na CPI e a outros tantos
Vereadores que a compunham.
Outro argumento traz o Ver. João Dib, de que o
Secretário e o engº Bruno Waichel teriam escondido informações. Isto não é
verdade. Não era conhecimento do Secretário a existência de uma vistoria em
1986. Não foi perguntado, em nenhum momento, ao engº Bruno Waichel, se ele
conhecia essa vistoria de 1986. Então, ele não escondeu informações, como foi
afirmado, aqui, neste microfone. Por último, não se sabe onde esta famosa pasta
está. Informações que se têm é que esta vistoria realizada em 1986 foi uma
vistoria muito superficial, distante, portanto, daquilo que se pretendeu com os
trabalhos realizados no Município de Porto Alegre. Portanto, mais uma vez
comprova a seriedade e o cuidado que a Administração Popular tem com os
recursos públicos. Nós estamos verificando, discutindo e conversando para
mostrar aos Srs. Vereadores que uma CPI sobre o mesmo assunto, em relação à
Prefeitura e FUNDATEC, não tem nenhum dado concreto para que isto volte a
existir. É chover no molhado, é se trabalhar sobre aquilo que já se trabalhou,
dois meses na CUTHAB, três meses na CPI. Portanto, não tem justificativa, em
cima de fatos reais, nenhuma.
É isto, Srs. Vereadores e muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Solicito ao Sr. Secretário que leia o Requerimento de autoria
do Ver. João Dib.
O SR.
SECRETÁRIO: (Lê.)
“Exmo Sr. Presidente da Câmara Municipal
de Porto Alegre:
1. Considerando que novas informações chegaram ao
conhecimento deste Vereador, relativamente ao Convênio de Prestação de Serviços
firmando entre o Município de Porto Alegre e a FUNDATEC - Fundação
Universidade-Empresa de Tecnologia e Ciência;
2. Considerando que alguns quesitos referentes à
formação dos preços dos serviços prestados pelo LEME - Laboratório de Ensaios e
Modelos Estruturais, da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, estão pendentes de resposta;
3. Considerando que o Arquiteto Newton Burmeister,
Secretário Municipal de Obras e Viação, da Prefeitura Municipal de Porto
Alegre, declarou, em depoimento nesta Casa, que aquela Secretaria não guardara
documentos em que constasse a formação dos preços dos serviços prestados pelo
acima LEME;
4. Considerando que Engenheiro Bruno Waichel, da
Secretaria Municipal de Obras e Viação, da Prefeitura Municipal de Porto
Alegre, em depoimento nesta Casa, declarou-se capaz de proceder vistorias em
obras de arte do Município;
5. Considerando recente informação prestada a este
Vereador pelo Engenheiro Raul da Veiga Lima, Secretário-Substituto, em 1986, da
Secretaria Municipal de Obras e Viação, informação esta confirmada pelo então
titular da Secretaria, Engenheiro Wilton Araújo, de que recebeu do Engenheiro
Bruno Waichel, da SMOV, pasta contendo documentos pertinentes à vistoria de
obras de arte do Município;
6. Considerando que o Arquiteto Wladimir Romualdo
Alberto Sohne, ex-Secretário Municipal de Obras e Viação, consultado
verbalmente, confirmou a este Vereador a existência de documentos de vistoria
de obras de arte do Município;
7. Considerando que as vistorias de obras de arte
do Município, realizadas pelo LEME, custaram US$130.000,00 (cento e trinta mil
dólares) aos cofres da Prefeitura, um gasto comprovadamente desnecessário no
entender deste Vereador;
8. Considerando que uma Comissão Parlamentar de
Inquérito, como Comissão temporária do Legislativo Municipal, tem prazo certo
de duração;
9. Considerando, finalmente, os fatos novos aqui
enunciados, REQUEIRO a V. Exª, nos termos orgânicos e regimentais, a
constituição de nova Comissão Parlamentar de Inquérito, com o prazo inicial da
funcionamento de 30 (trinta) dias, para a apuração dos fatos e para que possam
ser convocadas e ouvidas, além de outras que possam ser indicadas, as seguintes
pessoas:
-Engenheiro Raul da Veiga Lima, atual Diretor-Geral
da Câmara Municipal de Porto Alegre;
-Engenheiro Wilton Araújo, Vereador e atual
Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre;
-Arquiteto Wladimir Romualdo Alberto Sohne,
funcionário inativo da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e ex-Secretário da
SMOV;
-Engenheiro Bruno Waichel, funcionário ativo da
Secretaria Municipal de Obras e Viação da Prefeitura Municipal de Porto Alegre;
-Professor Engenheiro Dario Lauro Klein,
Coordenador do LEME.
Sala das Sessões, 08 de novembro
de 1993
(a) Ver. João Dib.”
O SR.
PRESIDENTE: Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. João Motta, para
que o Proc. nº 2808/93, Requerimento nº 292/93, tenha a ouvida da Comissão de Constituição
e Justiça sobre a pertinência regimental do Requerimento, tendo em vista que o
assunto já foi objeto de estudo pela Comissão de Urbanização, Transportes e
Habitação e de uma CPI concluída recentemente.
É Requerimento, cabe encaminhamento por Bancada e
do autor. Em votação. (Pausa.) Está com a palavra o Ver. João Dib, para
encaminhar.
O SR. JOÃO
DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, como Engenheiro, eu devo dizer que
fiquei envergonhado da defesa que fez aqui o Engenheiro com curso de Mestrado em
Obras de Arte e grandes estruturas, o Engenheiro Guilherme Barbosa.
Eu, simplesmente, fico envergonhado. Um engenheiro
fazer o comparativo numérico, 43 obras contra 11 obras. Só que uma das obras
qualquer daria em metragem todas as obras feitas aqui em Porto Alegre. Três
obras foram vistoriadas num só dia, 4 de maio de 1992, vistoriaram três
passarelas. E o Vereador, professor, mestre, vai querer me dizer que pode fazer
igual a um viaduto com mil e seis metros de comprimento com uma largura média
de 20m, ou, quem sabe, três lances diferentes de um outro Viaduto, com cerca de
400m cada um? Ora, isso aí é brincar, isso aí é esconder alguma coisa. E, como
está escondendo alguma coisa, eu não vejo razão nenhuma que esse documento vá à
Comissão de Justiça, porque a Lei Orgânica é clara. Eu tenho mais de 11
assinaturas, eu tenho 15 ou 16 assinaturas. Não tem por que ir à Comissão de
Justiça. Há um fato novo, a pasta existe. Há mais um fato, o LEME não deu
condições de cálculo como se formaram os custos. Quinze Engenheiros para fazer
uma prova de carga. Estão ali os documentos de São Paulo, um Engenheiro e dois
Técnicos. Aqui, precisava 15. Aqui nós tínhamos que sustentar malandros. Não
posso admitir que este documento vá à Comissão de Justiça, porque a Lei Orgânica
é clara. Eu tenho mais do que as onze assinaturas e não aceito mais nenhuma
conversa sobre este assunto. É brincadeira o que estão fazendo comigo. Um
engenheiro com mestrado, nivelar uma passarela de trinta e dois metros. Cada
uma das passarelas têm trinta e dois metros. As onze passarelas têm trezentos e
cinqüenta e dois metros.
O SR.
GUILHERME BARBOSA: Quantas pontes, Vereador?
O SR. JOÃO
DIB: Não seja infantil, Vereador, não importam as pontes. O curso de
mestrado lhe dá uma responsabilidade muito grande, porque mestrado é para
alguém que seja mestre, portanto sabe mais. O mestre tem que ter dignidade,
honra, não pode fazer o que foi feito aqui. Por isso, Sr. Presidente, eu sou
contra a que vá à Comissão de Justiça. Não há nada a ser interpretado. Há um
fato novo: a pasta e também a falta de resposta para fazer a avaliação dos
custos. Isto é grave. Mas o fato novo é a pasta e ela existiu, o Senhor
Presidente sabe. A própria SMOV, aqui, diz que pensaram em fazer as vistorias.
Ali está uma caixa com documentos e relatórios das onze obras de arte. Vinte e
três mil e quinhentos dólares custou a Elevada da Conceição. Dinheiro gasto,
jogado fora, este que poderia ser útil, lá, no Jardim Leopoldina. É que a
Administração jogou cento e trinta e três mil dólares que, provavelmente, se as
vistorias fossem feitas pela Prefeitura, nós não teríamos as prova de carga,
que custaram mais e nós não temos por que pagar mestres em obras de arte. Não
temos por que pagar ou orientar a fiscalização. Orientar o Dr. Bruno Waichel
que está fazendo parte, desde o primeiro dia, dessa história do LEME. O que
faltou mesmo foi alguém no Leme, na Administração Municipal. O barco estava sem
timoneiro e os tolos gastaram cento e trinta e três mil dólares, talvez porque
o Leme disse que era uma obra de alto risco. Aí, até mesmo eu, como engenheiro,
me assustaria, na primeira instância, mas eu iria olhar depois e descobriria
que se passaram três anos e o alto risco continua lá, e agora parece que vão
iniciar as obras. Passarelas de 32 metros por 900 dólares. A passarela do
Parcão por 2.300 dólares. Querer comparar com os 1.006 metros de um Viaduto de
São Paulo, e 1.200 do outro. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Encaminha, pelo PDT, o Ver. Milton Zuanazzi.
O SR. MILTON
ZUANAZZI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a priori, nossa Bancada
não tem nenhuma contrariedade a qualquer nível de investigação que tem que ser
feita nesta Casa da Administração Municipal.
Nós apoiaremos qualquer iniciativa, de qualquer
Vereador que queira investigar. Acho que isso deve se estender aos 33 novos
Vereadores de Porto Alegre.
No Requerimento em questão, nossa Bancada concorda
com a levada à Comissão de Constituição e Justiça por um fator que me parece
bastante profundo para ser analisado aqui, meu ilustre Ver. João Dib.
A questão preço neste País, também em Porto Alegre,
é uma questão de profunda subjetividade. Nós podemos até afirmar que os preços
públicos do Brasil não existem. As administrações, todas elas, não têm
conseguido força suficiente para romper e tabelar preços públicos.
Ninguém sabe quanto custa o preço de uma rua, de
uma estrada. Todos se baseiam nos decretos licitatórios. Aí começa o problema.
Nós entramos nas mãos dos cartéis, dos grupos que se articulam para fazer determinados
tipos de obras. E os preços passam a ser os deles, não os preços verdadeiros.
Falava esse assunto no dia em que entrou o debate
sobre a questão da tarifa em Porto Alegre, e disse que o Ver. Elói Guimarães
merece um respeito muito grande por estabelecer uma regra de preços públicos,
que pode até ser contestada, mas o estabelecimento da regra é o complexo da
coisa. E aqui em Porto Alegre, Sr. Presidente, Senhores Vereadores, nobres
Vereadores da Bancada do PT, os preços públicos, nos casos dos viadutos, não
foram estabelecidos. E não o são até hoje. Quem me diz que o preço do metro
quadrado de vistoria é tanto? Não existe, não está no processo, não está na
peça acusatória. Por isso que o relator Milton Zuanazzi se baseou no dado
global do valor das obras, quanto se gastou para fazer. Discutirmos a questão
do preço torna-se extremamente subjetivo quando o Poder Público do Município
não sabe o preço, e ninguém sabe o preço, se alguém soubesse tinha trazido a
nós, o preço justo, real, bom, como chamei no relatório: “preço justo e bom”. É
evidente, Ver. João Dib, que V. Exª traz novamente, à discussão, como V. Exª
mesmo chama de “fatos novos”, que seria essa perícia, essa avaliação feita em
São Paulo por um organismo similar ao LEME, que também lá deve ter estabelecido
seus preços por si próprio, não há uma tabela, uma regra. V. Exª traz, por
exemplo, o depoimento, que parece interessante, que determinados engenheiros da
SMOV já sabiam o que era necessário fazer nos viadutos, portanto as vistorias
eram desnecessárias, as vistorias executadas pelo LEME. Esse é uma fato novo. E
se formos averiguar isso - o que me parece importante - temos que averiguar e
mudar o eixo da CPI, que não é mais CPI da FUNDATEC, a mim parece matéria
encerrada a questão da FUNDATEC, o eixo é que vamos averiguar funcionários
municipais que, sabedores de determinadas questões, não levaram ao
Administrador, levaram ao Administrador em erro, isso que ocorreu. Então não
posso mais acusar, além do que o relatório acusou o Secretário do Obras da
época e os demais, por algo que eles não sabiam. Há uma disfunção na
hierarquia. Há pessoas do quadro da Administração sabedores de determinado
tema, não passam isso a seu superior, que tem que ter a decisão. A CPI deixa de
ser contra a FUNDATEC, para mim matéria encerrada, passa a ser a CPI dos
engenheiros da SMOV, passa a ter esse caráter. Agora, vamos voltar novamente à
questão do preço. O Ver. João Dib traz, são instrumentos, podemos aqui desta
tribuna discutir centenas de dias sobre questões de preços. E o Milton Zuanazzi
vai continuar chegando sempre à mesma conclusão: não há preço público na
Prefeitura de Porto Alegre, no Governo do Estado, no Governo Federal, não há,
neste País, preço público. E eu sei, nobres Vereadores, o quanto sofri para colocar,
pela primeira vez na história da CRT, um preço público. Quanto valia um
homem/hora em uma hora de rede. Hoje a CRT tem. Eu sei que preço paguei por
isso porque a coisa mais difícil que tem é você colocar preço porque todos
partem do pressuposto de que tem licitação, e aí diria o nobre Ver. João Dib,
mas aqui no caso da Prefeitura sequer houve licitação. Bom, isso está no
relatório. Não houve licitação. Então, muito menos se sabe se o preço é esse.
Por isso me baseei no preço global e no valor que foi gasto para manter aquele
patrimônio. Quanto à questão das metragens, Ver. João Dib, perdoa-me
Presidente, mas sou abrigado a encerrar, elas também têm um determinado nível
de subjetividade. Assim como eu não concordo com o Ver. Guilherme Barbosa, somar
e diminuir, sou obrigado a discordar de V. Exª porque qualquer engenheiro,
qualquer técnico se for contratado para ir a minha casa fazer uma reforma e a
reforma na minha casa for de um quarto, de uma pecinha, ele vai cobrar outro
valor para ir a uma mansão reformar um banheiro. Essas subjetividades merecem
cuidados especiais. Por isso votamos favoráveis e lá na Comissão da Justiça
juntamente com outras peças integrantes nós rediscutimos isso aí, mas nós a
priori não somos contra a abertura de qualquer CPI, mas sim, penso que
devemos ter uma discussão mais madura para partirmos para algo mais efetivo.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. João Motta.
O SR. JOÃO
MOTTA: Sr. Presidente, vou tentar deixar bem explícito para o Plenário o
motivo pelo qual nos leva a fazer esta discussão sobre esse requerimento. Faço
isso como reconhecimento ao esforço do conjunto das Comissões que já se
debruçam sobre o tema e especialmente aos dois Relatores das duas Comissões, Ver.
Luiz Negrinho e Ver. Zuanazzi, bem como ao Presidente das duas Comissões, Ver.
Fraga e Ver. Jair Soares. Faço esta discussão de forma bem aberta como
reconhecimento ao trabalho individual de todos os Vereadores e, em especial, o
Ver. João Dib que tem sido incansável no sentido de fazer esta discussão com
toda contundência que sob o ponto de vista dele, embora eu discorde, tem todo o
direito de fazer. Faço isto pela seguinte razão, creio que de natureza um pouco
formal, mas acho que vale a pena refletirmos sobre ela. Alega o Ver. João Dib
que existem fatos novos para discussão. Fatos novos para discussão de uma CPI
que dizem respeito a sua instalação ou não, ela teria que esclarecer o seguinte
pressuposto, Ver. João Dib: o que aconteceu ou se houve algum fato antecedente
e nesse caso da CPI, aliás, há fato antecedente. Existiram duas Comissões que
se debruçaram sobre o tema e chegaram a conclusões, portanto, esse assunto não
foi arquivado. O pressuposto dos fatos novos para que aí se abra uma CPI, regra
geral se instala sobre esse argumento quando o assunto é esquecido, quando é
arquivado, tecnicamente falando. Mas, neste caso, não foi arquivado. Muito mais
do que isso: ele foi objeto de dois pareceres que chegaram a uma conclusão no
mesmo sentido, contrários, inclusive, em grande parte, à posição da Bancada do
governo. Agora, o fato relevante, talvez novo, é que nesse caso não foi
arquivado. Portanto, V. Exª - aí eu já estou assumindo um pouco a lógica do
raciocínio do Ver. Zuanazzi - na verdade está tentando talvez trazer um assunto
novo, porque o outro não foi arquivado, não foi esquecido. A CPI que eu
participei foi exaustiva e o Ver. Jair Soares, na condição de Presidente,
reforçava isso: “Esta CPI vai ser exemplar no que diz respeito à sua instrução,
pressupondo o contraditório, amplas provas, etc., etc.”. Foi isso o que
aconteceu. Inclusive, eu arriscaria até a dizer que consensualmente, na CPI,
todos reconheceram como sendo uma das melhores CPIs no que diz respeito à sua
instrução. Senão, vejamos, apenas para dar um dado para relembrar ao Plenário:
o Processo n° 1.791/93, que foi o que instalou a CPI, data de 02/07 e nós só
fechamos em 28/10. Vejam bem, noventa dias! Não é pouca coisa! E quais foram as
conclusões? O Ver. Elói Guimarães, ex-Presidente da Comissão de Justiça, sabe
mais do que eu disse: a conclusão poderia ser também pelo não-envio de nenhuma
das conclusões ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas da União e ao
Tribunal de Contas do Estado, entretanto, não aconteceu. E este, Ver. João Dib,
é o segundo fato importante: além de ter sido objeto de duas comissões, além de
não ter sido arquivado, ele foi enviado para as demais instâncias. Portanto,
esse Processo aqui está andando. Então, por esse três argumentos - porque já
houve duas comissões, porque não dormiu o Processo nem foi encerrado, portanto,
não foi arquivado, e porque ele está andando - é que eu reivindico o direito de
discutirmos melhor essa questão na Comissão de Justiça com a presença dos
relatores das outras comissões e do Ver. João Dib, requerente do novo
Requerimento para uma nova CPI. Por quê? Porque nessa discussão, Ver. Nereu
D'Ávila, nós poderemos chegar à conclusão que a melhor forma de fazer com que a
finalidade e a preocupação do Ver. João Dib se viabilize, não seja, talvez,
instalando uma nova instrução, mas alimentando uma instrução que não parou. Ela
somente, e tão-somente, está numa outra instância. Se a outra instância julgar
necessário que o Poder Legislativo averigúe novos fatos, vai determinar. A
Câmara não vai poder se omitir. Portanto, se a decisão for uma nova CPI, de
antemão a nossa Bancada, tenho certeza, vai assinar embaixo e concordar, porque
queremos esclarecimentos dos fatos, também. Agora, acho que por esses três
motivos nós poderíamos melhor discutir essa questão na próxima terça-feira, com
a presença dos dois relatores e do Ver. João Dib. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O Ver. Airto Ferronato está com a palavra.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, senhoras e senhores aqui
presentes. Não fiz parte, particularmente, da Comissão que tratou desse tema,
mas há algum tempo pretendia fazer alguma exposição acerca de algum tema
relacionado com o assunto. Acho que hoje é momento para, brevemente, dizer o
seguinte: tive oportunidade de trabalhar, e ainda hoje sou funcionário da
Secretaria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul. E se tem no serviço
público como a salvação da Pátria a licitação. É, talvez, uma das grandes
piadas que existem no País a Legislação anterior e a atual que tratam do tema.
Aliás, a própria história tem demonstrado isso, e hoje se está discutindo muito
esse tema: a licitação. O serviço público se torna ineficiente, muitas e muitas
vezes, graças a esse instrumento que não é dos melhores, na minha visão, com
todo o respeito, porque ele se torna moroso e todos nós sabemos, salvo raras
exceções, que quando há a iniciação desses processos de licitação os resultados
não são conhecidos; numa série de vezes o resultado é tratado conjuntamente com
as pessoas que participam da licitação no processo, os que apresentam as suas
propostas. Todos nós sabemos que em muitos casos a apresentação da proposta
mínima é muito maior do que custa no mercado, até a preço de venda a varejo.
Com todo o respeito que merecem as pessoas envolvidas nesse caso, licitação é
uma coisa que tem que haver, sim, mas tem que modificar. Tem que haver a
licitação como um parâmetro, e a partir daquele parâmetro buscar-se preço
melhor e melhores condições. Por outro lado, também, há uma outra coisa que
gostaria de dizer há muito tempo: o que acontece com o serviço público? No
serviço público nós temos, Senhoras e Senhores, os técnicos encarregados de
cada setor. Técnicos competentes, treinados para aquela finalidade. Então,
temos o nosso setor jurídico, setor contábil, setor econômico, o setor de
engenharia e assim por diante. Esses técnicos têm capacidade muito maior de
desempenhar qualquer levantamento dentro da repartição para o bem do serviço
público a custo quase zero, com conhecimento da causa, com 20, 30 anos de
experiência, e na hora de se fazer levantamentos contrataram A, B ou C,
serviços de terceiros caríssimos, e na maioria das vezes com zero de
experiência nesse setor. Está é uma constatação que o serviço público tem. Comparem,
Senhoras e Senhores, o que ocorre com setores jurídicos, administrativos, com
engenharias do serviço público. Deixem o serviço público para o servidor
público, e este País estará em melhores condições, tenho certeza, Senhoras e
Senhores. Por quê? Porque o que há é que se começa a dizer “a ou b” do servidor
público, porque há interesses, sim Senhores, há interesse em se conseguir esse
serviço de terceiros, caros e despreparados! Despreparados!
Então vamos fazer a coisa do jeito que deve ser
feita. Vamos fazer assim, se há engenheiros no serviço público do Município, e
há, esses engenheiros estão capacitados para desempenhar as funções do serviço
público a custo muito baixo e com qualidade muito maior.
Feita esta exposição, estamos, sim, inclinados a
votar pelo encaminhamento para a Comissão de Justiça, para que a Comissão de
Justiça, que é o organismo desta Casa encarregado de tratar desses temas, exare
um parecer, e a partir desse parecer tomaremos uma posição, com dados que a
Comissão de Justiça nos trará. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Não havendo mais quem queira encaminhar, passamos à votação do
Requerimento de autoria do Ver. João Motta. Este Vereador solicita votação
nominal. Com a palavra, o Sr. Secretário para a chamada nominal dos Srs.
Vereadores.
O SR.
SECRETÁRIO: (Procede à chamada e colhe os votos dos Srs. Vereadores.) Sr.
Presidente, 23 Srs. Vereadores votaram SIM,
04 Srs. Vereadores votaram NÃO e
02 Srs. Vereadores optaram pela ABSTENÇÃO.
O SR.
PRESIDENTE: APROVADO o Requerimento.
(Votaram SIM os
Vereadores Airto Ferronato, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren,
Eliseu Santos, Elói Guimarães, Geraldo de Matos Filho, Guilherme Barbosa,
Helena Bonumá, Henrique Fontana, Jair Soares, João Motta, João Verle, Jocelin
Azambuja, José Gomes, Luiz Braz, Maria do Rosário, Pedro Américo Leal, Gerson
Almeida, Dilamar Machado, Milton Zuanazzi, Luiz Negrinho e Lauro Hagemann.
Votaram NÃO os Vereadores João Dib, Mario Fraga, Artur Zanella e Letícia
Arruda. ABSTIVERAM-SE de votar os Vereadores Isaac Ainhorn e Nereu D'Ávila.)
O SR. AIRTO
FERRONATO (Requerimento): Requeiro, Sr. Presidente, uma pequena mudança na
ordem dos trabalhos. Devido à presença de pessoas interessadas no tema, desde o
início da Sessão, solicitaria que o Proc. nº 2369/92 seja o primeiro na ordem
das votações.
O SR.
PRESIDENTE: Submeteremos o Requerimento de V. Exª ao Plenário.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
ORDEM DO DIA
DISCUSSÃO GERAL E
VOTAÇÃO
PROC. N° 2369/92 - PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO Nº 069/92, que autoriza a venda de próprio municipal desvinculado
de traçado de reloteamento, sito na Av. Érico Veríssimo, ao proprietário
lindeiro Antônio Arnt Bavaresco.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Jair Soares:
pela aprovação;
-
da CFO. Relator Ver. Airto
Ferronato: pela aprovação;
- da CUTHAB. Relator Ver. Lauro Hagemann: pela aprovação.
O SR.
PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLE nº 069/92 permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO por unanimidade
dos Srs. Vereadores presentes.
Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. João
Verle, solicitando que o PLE nº 069/92 seja dispensado de distribuição em
avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta
data.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. N° 1994/93 - PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 26/93, de autoria do Ver. Milton Zuanazzi,
que altera a Lei Complementar nº 043, de 21.07.1979 (1º PDDU), dá nova redação
ao item 7 do Anexo 7-2, Grupamento das Unidades Territoriais Residenciais,
Grupamento das Atividades (anexo 7) e dá outras providências. Com Emenda nº
01.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Fernando
Záchia: pela aprovação do Projeto;
-
da CFO. Relator Ver. João Dib: pela
aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Lauro
Hagemann: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.
O SR.
PRESIDENTE: Em discussão o PLCL nº 026/93. (Pausa.) Com a palavra, para
discutir, o Ver. Isaac Ainhorn.
O SR. ISAAC
AINHORN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o Projeto de Lei é do Ver. Milton
Zuanazzi e altera a Lei Complementar n° 043 das áreas residenciais descritas no
item 7 no anexo 72. Nós sabemos que o grupamento 7 é o mais rigoroso em relação
às chamadas áreas residenciais e à permissibilidade daquilo que pode ser
autorizado a funcionar através de alvarás nessas regiões. Sabemos também que há
casos da causas judiciais e demandas em relação a restaurantes em áreas
residenciais, esse é um problema polêmico que vem ao exame desta Casa a partir
desse projeto que altera a matéria. Vou citar um exemplo concreto; na Quintino
Bocaiúva havia um Restaurante Mamma Mia que foi fechado por pressão dos
moradores. O assunto foi parar no Poder Judiciário. Em decisão final, em nível
de recurso do Tribunal de Justiça, foi confirmada a decisão de fechamento do
restaurante. A Prefeitura concedeu 30 dias para que aquele estabelecimento
fechasse. É, realmente, um problema muito complicado. O Ver. Zuanazzi, a
princípio, preocupado com essa questão, ele flexibiliza a possibilidade de
abertura de restaurantes nessas áreas residenciais onde já há a
permissibilidade, inclusive, de funcionamento de bares. Eu cito uma outra
questão complicada que é o Bairro Bom Fim. É um Bairro onde existe polêmica em
relação a essas questões. O Bairro Bom Fim tem o problema dos bares e
restaurantes, mas os bares que já estão consolidados, que têm alvará, esses já
estão numa situação definitiva. O que está criando problemas hoje são os bares
e restaurantes nas transversais. As transversais efetivamente hoje estão
tomadas porque é uma zona que se transformou em área de lazer e recreação, e
qualquer garagem acaba se transformando em um bar ou restaurante; em outros
casos, até, em boates. Cria, naturalmente, uma relação de conflito entre
moradores e comerciantes desses estabelecimentos. Para atenuar um pacto das
repercussões sobre a mudança do código 07, um código que o Ver. Lauro Hagemann
sabe, que é o código mais rígido porque é unifamiliar... Nós não estamos aqui
para, amanhã, recair uma grita em cima desta Casa, em cima de nós mesmos. É por
isso que apelo para uma avaliação mais lúcida por parte de todos os Vereadores,
inclusive do Ver. Zuanazzi porque, evidentemente, quando os moradores forem à
Prefeitura, ao Executivo que hoje é PT, tenho certeza que em 1996 retornará ao
PDT, mas poderá ser outro partido político, eu não tenho dúvida de que o
Prefeito, não quero dizer que só o Dr. Tarso dirá para eles se queixarem para a
Câmara de Vereadores: vão lá que ela que aprovou o projeto de lei do Ver.
Milton Zuanazzi que permitiu a abertura. Então, há uma Emenda do Vereador
Clovis Ilgenfritz da Silva, a qual sugere que sejam ouvidas as Associações
Comunitárias. Eu acho que é um caminho que melhora o Projeto, do ponto de vista
de ouvir a comunidade. Quem é Vereador há muito tempo aqui, nesta Casa tem a
sensibilidade, quem é morador dessa Cidade, que é Vereador hoje tem
representação política, sabe da grita. O Ver. Nereu D'Ávila tem esse problema
no Menino Deus, e bem. O que merece preocupa, Sr. Presidente, eu acho que nós
poderíamos dar uma continuidade até a discussão, e eu sugiro uma subemenda.
Quando há uma Associação Comunitária, tudo bem, há casos de bairros que tem
três ou quatro associações comunitárias; e quando não há associação
comunitária? Eu acho que os moradores do entorno devem ser consultados, da rua,
daí eu acho que resolve, Ver. Milton Zuanazzi, resolve de forma democrática com
a participação da comunidade. Por que eu digo isso? Porque nós corremos o
risco, Ver. Milton, hoje eles vão pedir alvará e não têm alvará. Se dará o
alvará se houver uma concordância da comunidade e nem sempre há associação comunitária.
Não me consta que a Quintino Bocaiúva, a Cel. Bordini, a Carlos Trein, o
próprio Mont’Serrat, onde tenho uma atuação, e também na Auxiliadora que eles
têm uma associação. De repente existem casos que não há associação. Então, nós
temos que ter muito cuidado, eu tenho a responsabilidade de um Mandato Popular,
essa é uma questão controvertida, polêmica e eu acho que nós poderíamos
resolver desse forma. Quero até votar favoravelmente ao Projeto de V. Exª, mas
acho que os moradores devem ser consultados porque nós não vamos criar uma
controvérsia entre aqueles que já moram naquele local e um restaurante que se
estabelece ali e faz uma galetaria ou coisa do gênero. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Artur Zanella.
O SR. ARTUR
ZANELLA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, se todos os apoios que o Ver.
Milton Zuanazzi receber forem iguais ao apoio do Ver. Isaac e ao meu apoio,
temo que seu projeto não tenha muito futuro.
Acabo de receber duas emendas do Ver. Clovis
Ilgenfritz, e eu sou radicalmente contra as emendas do Vereador na consulta aos
moradores. Aí, vai dar confusão. A Vila Restinga, por exemplo, deve ter umas
sessenta associações de moradores, que eu conheço, fora as que foram fundadas
no final de semana. Sugiro ao Ver. Clovis que não faça consulta comunitária ao
entorno, mas no entorno. Porque o entorno, efetivamente, não se manifesta, mas
sim as entidades que estão situadas no entorno do estabelecimento.
Mas, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, conheço um
pouco de associação comunitária, não muito. Trabalho nesta área há cerca de
dezoito anos e só fico imaginando uma pessoa que quer montar um restaurante e
procurando sessenta associações de moradores, pedindo autorização.
Reza a emenda do Ver. Clovis: “Fica estabelecido,
como critério de controle e localização dos estabelecimentos, o limite de, no
máximo, um estabelecimento por testada de quarteirão”. Bom, aí, se tiverem três
ou quatro interessados e estes tiverem de procurar várias entidades de associação
de moradores, não sei o que acontecerá, mas vide a participação da FRACAB no
conselho de Tráfego do DAER, e já teremos uma idéia. Eu sempre ouvi as notas da
FRACAB dizendo assim: “A FRACAB conseguiu adiar por alguns dias o preço das
tarifas. Isto é muito bom. É que a tarifa demorou uma semana, porque a FRACAB
pediu vistas. Agora, leio isto o contrário: a FRACAB pediu vistas à época para
pedir propina para os empresários de ônibus. Estou falando da FRACAB, não estou
falando deste processo, destas associações, estou falando o que aconteceu lá. O
representante da FRACAB, há muitos e muitos anos foi nomeado, no tempo do Dr.
Simon, ficou com o Guazelli, com o Dr. Collares e ficará, futuramente,
provavelmente, do jeito que vai.
Acho que esta consulta que o Ver. Clovis Ilgenfritz
propõe traz mais problemas que soluções. E se for um por quarteirão vai trazer
problemas, vai ser um leilão para ver qual o restaurante que vai entrar na
testada.
Acho que a Prefeitura tem os seus órgãos
competentes, ela que consulte quem quiser, o Plano Diretor tem integrantes
dentro do Conselho Municipal do Plano Diretor. Na minha época, tinha quatro
representantes comunitários, eles recebiam os processos, discutiam com a
comunidade e davam seu parecer. Se não me engano o Ver. Divo do Canto foi
representante, também.
Então, Ver. Clovis Ilgenfritz, está é uma bela
idéia. Mas, temo que ela não seja muito prática e que não dê os resultados que
V. Exª procura. Se mantiver a emenda vou votar a favor da mesma, porque
evidentemente, é autor e já avaliou isto. Mas, quero que avalie melhor, pois
vai virar um leilão, pode virar um leilão o apoio para este tipo de coisa. Há
poucos dias vimos, por exemplo, a instalação de um sede de clube de cinema, a
comunidade participou, mas era um clube de cinema. Agora, para restaurante, é
só um por quarteirão, tenho as minhas dúvidas que seja a melhor forma. Mas, em
todo o caso, votarei a favor da emenda, se o Ver. Clovis Ilgenfritz assim
determinar e permanecer a emenda. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: A Mesa comunica o recebimento das Emendas de nºs 02 e 03, de
autoria do Ver. Clovis Ilgenfritz, e 04, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn,
apostas ao PLCL nº 026/93.
(Procede à leitura das referidas Emendas.)
O SR.
PRESIDENTE: A Mesa comunica ao Plenário que foi recém-referido o
Requerimento de autoria do Ver. Milton Zuanazzi, solicitando a constituição de
Comissão Externa, a fim de que esta Casa seja representada na Ação de Despejo
que está ocorrendo no Jardim Leopoldina.
Em discussão o PLCL nº 026/93. (Pausa.) Com a
palavra, o Ver. Milton Zuanazzi, para discutir.
O SR. MILTON
ZUANAZZI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, acho que está acontecendo uma
grande confusão, infelizmente. O GA7, Grupo de Atividade 7, chamam de áreas
nobres; na verdade não tem nada de área nobre, são áreas residenciais. Prevê,
permite que funcione nessas áreas bares e lancherias. Veja bem nobre Ver. Isaac
Ainhorn, permite que funcione bares e lancherias. Se o Vereador quiser montar
um bar nessa zonas, vai lá na SMIC e recebe o alvará na hora, ou uma lancheria.
Sempre as reclamações de problemas de ruídos, de barulhos se dão em bares e
lancherias. Muito pelo contrário, os restaurante até qualificam o ponto, do
ponto de vista do trânsito público. Muito menos problemas com restaurantes
acontecem. Então, o que acontece? Burla-se a lei da seguinte forma: pede-se um
alvará para funcionar um bar, recebe-se, instala-se e aí começa a vender
alimentação e vendendo alimentação, chega o fiscal da SMIC e multa. Isso,
nobres Vereadores, envolve clubes que fazem bailes, tem autorização para
bailes, tem autorização para reuniões, tem autorização para ter mesa de
snooker, sinuca, não pode vender, não pode ser restaurante. Há vários clubes
nessa situação e o meu projeto mais ainda, nobre Ver. Isaac, que neste momento,
temporariamente se retira, mais ainda, regulariza a situação dos já existentes
restaurantes que funcionam há vinte, trinta anos na Cidade, fazem parte da vida
dos bairros da Cidade, do dia-a-dia, do cotidiano das pessoas e também, meu
ilustre Ver. Pedro Américo Leal, pessoas que vendem viandas, serviço de
fornecimento de alimentação, vendem viandas para aquela comunidade que mora à
volta, são proibidos de fazer uma comida, vender viandas. Existem espalhados
pelos bairros residenciais. Eu próprio, quando vim morar em Porto Alegre,
morava na André da Rocha, ali na 24 de maio tinha uma senhora em que eu me
alimentava ali, durante muitos anos, vendia para os estudantes, isso é normal;
pessoas no fundo do apartamento. É a simples regularização do alvará, de algo
que já funciona e, eu coloco no meu Projeto, é o parágrafo terceiro e aí tem
três parágrafos do Ver. Clovis Ilgenfritz: “Aos novos terão que ter aprovação
da SMIC.” Ou seja, não basta o cara chegar lá e instalar o restaurante. Então,
vejam bem, estamos regulamentando situações já existentes, históricas e que
muitos de vocês freqüentam cotidianamente ou já freqüentaram. O Ver. Isaac
Ainhorn teria razão se eu estivesse colocando os bares e lancherias, agora,
nesse Projeto. Então, o depoimento do Ver. Isaac está atrasado no tempo, ele
tinha que contestar na época em que se colocou os bares e lancherias, na época
do Plano Diretor, naquela época é que tinha que ter havido a contestação, que é
onde se dá os instrumentos, não tenho nada contra, também, porque muitas vezes
é o lugar onde a juventude se encontra, se reúne à noite, é claro, tem que
regularizar, tem a questão noturna. O meu Projeto regulariza, introduz a
palavra restaurante e fornecimento de alimentação, ou seja, não vejo,
absolutamente, nenhuma polêmica sobre a ótica de problemas de arruaça de
qualquer coisa desse tipo, muito pelo contrário, até acho que diminui porque
vai regularizar situações que existem de fato e que funcionam no alvará como
bares.
Por fim, o nobre Ver. Clovis Ilgenfritz colocou o
conjunto de emendas que na verdade seriam emendas que deveriam ser estendidas a
todos os GA-7, nos restaurantes. Essa é a verdade. Mas eu concordo, até porque
essas pessoas que me procuraram nesses bares depois foram aumentando. O próprio
Ver. Lauro Hagemann trouxe mais gente e vários clubes ficaram interessados. Na
verdade, a emenda do Ver. Clovis Ilgenfritz deveria ser estendida às
borracharias que funcionam nessas áreas, que fazem barulho e que funcionam 24
horas, aos postos de gasolina que já funcionam 24 horas nessas áreas, a todos
aqueles equipamentos urbanos que funcionam nessas áreas. Mas concordo,
Vereador, e no futuro poderemos pensar em colocar emendas como essa nisso que
já está aí porque está provado um conjunto de situações que de certa forma
incomodam os moradores do Grupo 7, que geralmente são os da classe média-alta
para cima. A questão do restaurante simplesmente resolve só uma injustiça com
quem quer servir a alimentação. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Está inscrito o Ver. Airto Ferronato. Desiste. Com a palavra, o
Ver. Clovis Ilgenfritz, por 5 minutos, com direito a apartes.
O SR. CLOVIS
ILGENFRITZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, fui o único Vereador que se
manifestou quando da discussão da pauta desse Projeto. Manifestei de imediato
atenção e até uma aprovação preliminar. Fui verificar as conseqüências porque
tenho envolvimento histórico com esse processo urbano. Fiz uma consulta
detalhada, demorada, em duas oportunidades, através de profissionais altamente
especializados nesse assunto, como é o caso do arquiteto Adalberto Heck ou do
arquiteto Paulo Soares. Eles trouxeram da Secretaria do Planejamento uma série
de demandas. Eu gostaria que o Ver. Nereu me desse atenção porque tenho
certeza, Vereador, que uma vez tendo condições de se esclarecer mutuamente -
nesse caso vi que V. Exª tinha algumas dúvidas - nós poderíamos, quem sabe,
abreviar o processo e votar logo hoje. Mas a idéia que me passou primeiro é que
é justo que se façam, periodicamente, revisões, modificações, em alguns
critérios no Plano Diretor, porque há uma evolução urbana, há um processo de
ocupação que leva à necessidade dessas revisões. Tudo bem. Quando eu, numa
oportunidade anterior, também fiz uma proposta de modificações de critérios de
uso na questão dos sindicatos, para poderem se instalar, foi aprovada por esta
Casa, e também houve uma discussão. Mas o que nos deixa preocupados é a
seguinte: primeiro, os bares, restaurantes, lancherias - embora bar e
restaurante já esteja previsto - têm uma demanda que é justa; eles querem se
instalar, querem fazer o seu comércio, a zona é apropriada, tem clientela,
etc., etc. Mas a população que mora ali está desejando isso? Ela já conquistou
aquele espaço? O Plano Diretor examinou exaustivamente quando classificou zona
de ocupação mista, zona residencial, etc., e existem zonas residenciais,
chamadas zonas residenciais puras, que são zonas privilegiadas, mas, que nem
por isso precisam deixar de existir, porque quem foi para lá foi porque elas
tinham essa característica, e isso é uma demanda urbana do ponto de vista
imobiliário, etc., etc., plenamente inteligível. Então o que nós fizemos?
Consultamos a SPM, Secretaria do Planejamento Municipal, e verificamos que
tinha que criar uma situação de proteção ao morador. E é por isso que nós, ao
aprovarmos o Projeto, solicitamos do Ver. Zuanazzi, e agora solicitamos à Casa
toda, que algumas Emendas sejam aprovadas. Por quê? Porque a consulta sempre
vai existir. Se não existirem leis, os moradores vão-se reunir e vão fazer a
sua demanda. Mas, se existir o direito previsto em lei, a obrigatoriedade da
Prefeitura é ir fazer a consulta também. Eu acho que isso é que tem que amarrar
direitinho. Eu ouvi alguns argumentos do Ver. Zanella no sentido de que a coisa
pode ser deturpada, mas isso pode ser em tudo. O processo brasileiro é esse.
Nós temos que aperfeiçoar o organismo democrático e garantir que ele seja
autêntico e representativo. Se formos fazer a consulta do entorno, conforme está
numa subemenda - melhorou a redação. Queria dizer a alguns Vereadores,
principalmente ao Ver. Nereu, que manifestaram outros problemas como barulho -
que foi falado também pelos Vereadores Isaac e Zuanazzi - que existem leis
específicas por isso não precisamos fazer emendas nesse projeto. Existe na
legislação leis específicas tanto para a questão da área máxima que esses
estabelecimentos podem ter, como também a lei de impacto ambiental, assegurado
à Prefeitura as condições de proibir ou liberar a existência desses bares,
restaurantes, etc. Por outro lado, é a questão de ter apenas um estabelecimento
desses por testada de quarteirão; isso significa dizer: para quase todas as
atividades está sendo tomada essa providência. Não podemos admitir que, de repente,
uma zona seja transformada, da noite para o dia, em zona residencial ou zona
mista. É o exemplo de algumas testadas, principalmente no centro da Cidade para
o estabelecimento de bancos, casas bancárias ou setores financeiros. Isso já
regulamentado em lei. Agora estamos fazendo a mesma coisa, com o mesmo
critério, com a mesma coerência e preocupação de garantir às partes - os que
querem instalar uma casa comercial e aos usuários daquela zona - as suas
prerrogativas. O projeto é bom, estamos tendo uma visão de abertura, embora
ache que o Plano Diretor é muito bom esse sentido, e que não se pode
desfigurá-lo. Ele precisa ser permanentemente revisado e essa é uma pequena
revisão importante. Era isso. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE:
Não havendo mais quem queira discutir, em votação o PLCL nº 026/93. (Pausa.)
Não havendo quem queira encaminhar, este Vereador solicita votação nominal para
o presente Projeto. Com a palavra, o Sr. Secretário.
O SR.
SECRETÁRIO: (Procede à chamada e colhe os votos dos Srs. Vereadores.) Sr.
Presidente, 25 Srs. Vereadores votaram SIM.
O SR.
PRESIDENTE: APROVADO o PLCL nº 026/93.
(Votaram SIM os
Vereadores Airto Ferronato, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Fernando
Záchia, Geraldo de Matos Filho, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Jair Soares,
João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Gomes, Lauro Hagemann,
Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mario Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu
D'Ávila, Pedro Américo Leal, Wilton Araújo, Letícia Arruda, Gerson Almeida e
Dilamar Machado.)
O SR. PRESIDENTE: Antes da votação das Emendas apostas ao PLCL nº 026/93, nós vamos colocar em votação o Requerimento de autoria do Ver. João Verle, solicitando que as Emendas de nºs 02 a 04, apostas ao referido Projeto, sejam dispensadas do envio à apreciação das Comissões.
Em votação o Requerimento. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. NEREU
D'ÁVILA (Questão de Ordem): Só para saber a orientação da Mesa, as Emendas
nºs 02 e 03, do Ver. Clovis Ilgenfritz, se aprovadas, prejudicam a quatro,
correto?
O SR.
PRESIDENTE: Sem dúvida, são do mesmo teor. O Ver. Artur Zanella.
O SR. ARTUR
ZANELLA: O Ver. Nereu diz que se as duas Emendas do Ver. Clovis forem
aprovadas prejudicam a número quatro e eu gostaria de saber se a primeira
Emenda isoladamente, que vai ser votada separadamente, também prejudica?
O SR.
PRESIDENTE: Não, só a dois e três. Em votação a Emenda nº 01. Os Srs.
Vereadores que o a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Passamos à votação da Emenda nº 02. Votação
nominal.
O SR. 1º
SECRETÁRIO: (Procede à chamada e colhe os votos dos Srs. Vereadores.) Sr.
Presidente, 23 Srs. Vereadores votaram SIM
e 04 Srs. Vereadores votaram NÃO.
O SR.
PRESIDENTE: APROVADA a Emenda nº 02 aposta ao PLCL nº 026/93.
(Votaram
SIM os Vereadores Airto Ferronato, Clênia Maranhão, Dilamar Machado, Elói
Guimarães, Geraldo de Matos Filho, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Jair
Soares, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Gomes, Luiz Negrinho,
Maria do Rosário, Mario Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D'Ávila, Pedro Américo
Leal, Letícia Arruda, Gerson Almeida, Décio Schauren, João Dib e Clovis
Ilgenfritz. Votaram NÃO os
Vereadores Artur Zanella, Fernando Záchia, Lauro Hagemann e Wilton Araújo.)
O SR.
PRESIDENTE: Em votação a Emenda nº 03 aposta ao PLCL nº 026/93. Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, contra os votos dos Vereadores Artur Zanella, Wilton
Araújo, Fernando Záchia, Luiz Negrinho e Mario Fraga.
Aprovada a Emenda nº 02, a Emenda nº 04, aposta ao
PLCL nº 026/93, fica prejudicada.
Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Milton
Zuanazzi, solicitando que o PLCL nº 026/93 seja dispensado de distribuição em
avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta
data. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. N° 2338/93 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 121/93, de autoria do Ver. Luiz Braz, que domina Acesso
Carlos Lindolpho Goetsch um logradouro irregular, localizado no Bairro Belém
Novo.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães:
pela aprovação;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Lauro
Hagemann: pela aprovação;
-
da CEC. Relator Ver. Décio Schauren:
pela aprovação.
O SR.
PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 121/93. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver.
Jocelin Azambuja, solicitando que o PLL nº 121/93 seja dispensado de
distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a
aprovada nesta data.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR.
PRESIDENTE: Vamos apregoar as Emendas seguintes ao PLE nº 072/93, de nºs
23, 24, 25 e 26, todas de autoria do Vereador João Verle, a de nº 27, de
autoria do Vereador Wilton Araújo, e a de nº 28, de autoria do Vereador
Guilherme Barbosa.
Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. Artur
Zanella, solicitando que os PLE nºs 72, 74, 75, 76 e 77/93 tenham adiadas as
suas discussões por 01 Sessão. Em votação. (Pausa.) Com a palavra, para
encaminhar, o Ver. Artur Zanella.
O SR. ARTUR
ZANELLA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, em virtude de algumas Emendas que
estão aparecendo na Comissão de Finanças e Orçamento, inclusive da própria
Casa, há um consenso que deva ser adiada esta votação para segunda-feira,
iniciando-se a votação por aqueles projetos que têm menos emendas. É o caso,
por exemplo, do DMLU, que até agora tem uma ou duas emendas.
Eu queria também deixar bem clara qual foi a
concepção de aprovação das emendas pela Comissão de Finanças e Orçamento. Se a
emenda era legal, regimental, se estava correta, nós demos o parecer favorável.
Isso não significa que no Plenário, com a votação mais política, em termos de
política administrava, e não legal, não haja manifestação de próprios
integrantes da Comissão de Finanças alterando ou rejeitando algumas emendas. O
que fizemos até o presente momento foi enquadrá-las na Lei das Diretrizes
Orçamentárias, inclusive a Emenda da Mesa, alteramos, em contato com a Mesa,
por um pequeno detalhe de tramitação. Eu gostaria que ficasse bem claro que o
fato de os pareceres terem sido favoráveis às Emendas, não significa que elas
estão ipso facto aprovadas. Agora, há uma análise das Bancadas, e aí os
integrantes da Comissão de Finanças, na sua Bancada, vão decidir de que forma
votarão em Plenário. Só não quero que nos cobrem depois, nós da Comissão, que
aprovamos uma Emenda e depois alteramos o voto em Plenário. O que foi aprovado
é que elas estão dentro da regulamentação, dentro da LDO, da Constituição, etc.
Agora, ao virem para o Plenário, a decisão poderá eventualmente ser outra. E
para isso a Comissão está trabalhando até segunda-feira, começando, como eu
disse, pelo Requerimento do Sr. Presidente, pela votação de temas menos
polêmicos para terminar naqueles que tenham mais emendas e, eventualmente,
tenham mais problemas. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O Ver. Airto Ferronato encaminha, pela Bancada do PMDB.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, estou encaminhando para dizer
algumas coisas que há algum tempo estava pretendendo dizer e que
lamentavelmente o processo, como se direcionam os trabalhos da Câmara, tem
inviabilizado. Há algum tempo gostaria eu de falar algumas coisas sobre
orçamento, e até hoje não tive oportunidade. Gostaria de lembrar que a Casa
está, no momento, estudando modificações no Regimento Interno. A Comissão é
presidida pelo meu Líder, Ver. Fernando Záchia, o que está ocorrendo na Casa?
Na Casa continuam os espaços destinados à Comunicação, à Explicação Pessoal que
não estão sendo permitidos. Por quê? Porque se inverte a ordem dos trabalhos a
todo o momento. Depois que se inverte a ordem dos trabalhos, um Líder vem para
a tribuna, fala e normalmente se retira do Plenário. Isto vem acontecendo,
aconteceu ontem, na semana passada também e assim por diante. Temos que
terminar com isso, sob pena de continuarmos num marasmo. Não podemos
inviabilizar a participação dos Vereadores. E falo isto, porque pertenço a uma
Bancada pequena e tenho tido a Liderança a hora que quis, até porque o Ver.
Fernando Záchia tem nos fornecido.
Entendo que o momento é interessantíssimo. Alerto
os Vereadores: ou se aprova aquilo que apresentei, desde 1989, e nunca consegui
ou se continuará nestes termos. Não está havendo espaço para falarmos.
Precisávamos falar sobre o orçamento. Há uma semana que temos este espaço, quando
chega a nossa vez de falar, sempre há uma inversão de ordem. Ou falamos às seis
e meia da tarde. Não estou culpando líder nenhum, até porque tenho usado a
função de liderança numa série de momentos. O que quero dizer é o seguinte: os
espaços destinados aos Vereadores são ou das 14 horas em diante ou à noite,
depois das 21 horas. Está equivocado esse processo e temos que modificá-lo.
E, quanto ao Requerimento, vamos adiá-lo. Está
correto.
Gostaria de dizer que ao longo desses 5 anos que
estou nesta Casa, 5 anos que apoio o orçamento participativo e continuarei
apoiando, sempre apoiei, só que me lembro que até o ano passado - era este o
meu enfoque, que gostaria de ter dado esta semana que passou e não tive
oportunidade -, quando se apresentava uma Emenda sobre o orçamento, havia
muitas dificuldades. Lembro das galerias dizendo que éramos contra o orçamento
e que qualquer mudança traria redução de verbas. Era uma confusão generalizada.
Hoje, estou vendo que há uma série de emendas apresentadas, inclusive pela
Bancada do PT, o que acho positivo, importante e necessário. Acho que o
orçamento participativo fazendo a sua parte, e a Câmara de Vereadores fazendo a
sua parte, teremos condições de elaborar uma proposta importante para a Cidade.
Quero cumprimentar aqueles que, de uma forma ou de outra, apresentaram as
nossas Emendas. Gostaria de dizer que as Emendas apresentadas à Comissão
tiveram o nosso parecer favorável até porque depois vai haver um momento
oportuno para discussão e nós vamos, aqui no Plenário, discutir. Vou votar pelo
adiamento e registrar, mais uma vez: esta Comissão que está tratando do
Regimento Interno tem algumas propostas importantes. Uma delas que pretendo
apresentar, porque não apresentei por falta de tempo, vejam bem, o Líder, eu
apresento um projeto aqui na Câmara, tenho dito há cinco anos, eu apresento, a
Verª Helena Bonumá apresenta um projeto na Câmara, só apresenta Emenda no
Plenário, depois da discussão, com a concordância do Líder. É um equívoco. A
proposta é minha. Eu tenho o estudo, eu que fiz, eu que analisei e no momento
final em que está na discussão, se um Vereador diz que “o melhor caminhão não é
este”, eu, como autor do projeto, tenho que ter competência para apresentar
Emenda. Por que eu tenho que pedir licença para o Líder do partido? Não é aí o
caminho. Temos que valorizar outro aspecto porque na discussão, discute o Líder
e não discute o autor também. Temos que apresentar também. Para encerrar,
Comunicação Líder, inclusive as minhas, nunca são Comunicação de Líder, são algumas
coisas que vêm aí e chega na hora e diz que não tem mais tempo e sai. Por que
eles têm compromisso e os demais não têm, nós não somos meio Vereadores. Nós
somos Lideranças desta Casa e não podemos transferir a ninguém as nossas
responsabilidades. Nós temos que ter o nosso espaço, pois aí eu sei que dia tal
eu vou falar e vou falar sobre isto e ninguém pode nos tirar este direito, sob
pena de estar traindo a própria Casa e continuar nessas discussões que têm
levado a muito pouco. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Não havendo mais quem queira encaminhar, em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Artur Zanella. Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por
unanimidade.
O SR. ARTUR
ZANELLA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, até para honrar um acordo
parlamentar feito com o Ver. Lauro Hagemann, gostaria de que fosse votada a
questão da urgência. Se for tirada a urgência, essa CFO fará a aprovação do seu
Projeto na terça-feira.
O SR.
PRESIDENTE: Renovação de votação - Requerimento de autoria do Ver. Lauro
Hagemann, solicitando que o PLCL nº 028/90 seja considerado em regime de
urgência e submetido à reunião conjunta das Comissões: CCJ, CFO e CUTHAB. Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) REJEITADO.
A Mesa comunica que defere o Requerimento de
autoria do Ver. Eliseu Santos, solicitando que o PLCE nº 013/93 seja incluído
na Ordem do Dia por força do art. 81 da Lei Orgânica Municipal.
Não há “quorum”. Estão encerrados os trabalhos.
(Levanta-se a Sessão às 12h53min.)
* * * * *